O Brasil vivenciou nesta terça-feira (2) o seu pior dia desde o início da pandemia do coronavírus, registrando 1.726 mortes em 24 horas. Tal fatalidade pode estar associada com a variante P.1 do SARS-CoV-2, conhecida como ‘variante brasileira do coronavírus‘, que pode ser até 2,2 vezes mais contagiosa que a cepa original, além de ter até 10 vezes a carga viral e conseguir escapar do sistema imunológico, segundo estudo conduzido por cientistas britânicos e brasileiros, publicado na Imperial College de Londres.
Este primeiro estudo, ainda preliminar e a ser revisado por seus pares, conclui que esta variante identificada pela primeira vez no estado do Amazonas, é entre 1,4 e 2,2 vezes mais contagiosa do que a cepa original, então seria provável que estivesse por trás da intensa segunda onda que o Brasil vem sofrendo desde o final de dezembro.
Além disso, os pesquisadores descobriram que o P.1 pode ‘driblar’ o sistema imunológico reinfectando entre 25 e 61% das pessoas que já haviam sofrido de COVID-19.
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Eles também descobriram que P.1 está associado a um aumento de 1,1 a 1,8 vezes no risco de mortalidade, embora não esteja claro se é devido à variante ou ao colapso do sistema de saúde sofrido durante esta segunda onda em Manaus.
O estudo é baseado em um modelo matemático implementado pelo Imperial College de Londres, que analisa o genoma de 184 amostras de secreção nasofaríngea de pacientes com diagnóstico de COVID-19 em um laboratório de Manaus entre novembro de 2020 e janeiro de 2021.
Além disso, outro estudo divulgado em 26 de fevereiro, realizado por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz, no Brasil, revela que a carga viral de indivíduos infectados com essa variante seria até 10 vezes maior.
Variante P.1 ao redor do mundo
Embora se tenha considerado que após a primeira onda, mais de 70% da população da capital do estado do Amazonas, Manaus, já teria contraído covid-19, portanto estaria muito próximo da imunidade de rebanho, uma segunda onda entre dezembro e janeiro abalaram com força a região e, principalmente, sua capital.
Agora, considera-se que essa segunda onda estaria relacionada à variante P.1 do SARS-CoV-2, que teria circulado na área desde o início de novembro e teria capacidade de superar os anticorpos da população que já se curou da covid.
Essa variante foi relatada em mais de 20 países ao redor do mundo e continua a se espalhar.
Até agora, até 17 mutações foram identificadas nesta nova cepa, ou seja, um número incomumente grande em comparação com as variantes circulantes anteriormente.
Desde o início da pandemia, o Brasil ultrapassou 10,5 milhões de positivos e 255 mil mortes , ocupando o segundo lugar no ranking de óbitos, atrás apenas dos Estados Unidos, e o terceiro em número de infecções.
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