Neste domingo (13), a SpaceX, sob o comando de Elon Musk, realizou mais um marco na exploração espacial, ao lançar seu foguete mais poderoso, o Super Heavy-Starship, da base de Boca Chica, Texas. O teste não tripulado impressionou o mundo ao demonstrar uma captura inédita do primeiro estágio do foguete por braços mecânicos gigantes, conhecidos como “Mechazilla”. Musk rapidamente foi às redes sociais para comemorar o feito: “Grande passo para tornar a vida multiplanetária“, destacou o empresário em sua plataforma X (antigo Twitter).
O Super Heavy-Starship
O foguete, composto por dois estágios, possui 120 metros de altura e gera uma força colossal de 16 milhões de libras de empuxo. Alimentado por 33 motores Raptor, o primeiro estágio se separou após cerca de quatro minutos de voo, permitindo que o estágio superior, Starship, continuasse sua jornada ao redor do planeta.
Enquanto o Starship executava seu plano de reentrada atmosférica sobre o Oceano Índico, suportando temperaturas de até 3.000°C, o primeiro estágio, Super Heavy, retornou à Terra e foi capturado pelos braços mecânicos na base de lançamento. Este marco reflete o avanço de Musk em direção à “reutilização rápida” de foguetes, visando reduzir drasticamente os custos das missões espaciais e aumentar a frequência de lançamentos.
A captura pela Mechazilla: uma proeza de engenharia
A captura em pleno ar pelo sistema “Mechazilla” — dois braços gigantes na torre de lançamento — representa uma inovação nunca antes tentada na história dos voos espaciais. O foguete de 23 andares desacelerou, ajustou sua trajetória, e os braços mecânicos o seguraram de forma precisa.
Essa inovação diferencia a SpaceX de outros programas espaciais, já que a maioria ainda depende de estágios de foguetes descartáveis. Com isso, Musk espera reduzir significativamente o tempo entre lançamentos e reintroduzir rapidamente os foguetes capturados. O conceito de captura havia sido inicialmente recebido com ceticismo, mas a SpaceX investiu anos em testes para garantir sua eficácia.
Sucesso reforça planos para a Lua e Marte
A NASA já contratou a SpaceX para usar versões modificadas do Starship no programa Artemis, que levará humanos novamente à Lua até 2027-2028. Para essas missões, o Starship será reabastecido em órbita antes de pousar verticalmente na Lua, e possivelmente em Marte, no futuro. A reutilização rápida de estágios de foguetes é essencial para o sucesso de missões de longo alcance e multiuso, como essas.
Musk comentou em uma entrevista anterior: “A chave para tornar a vida multiplanetária é um foguete completamente e rapidamente reutilizável. Não é uma tarefa fácil, mas estamos provando que é possível.”
Desafios e próximos passos
Apesar do sucesso do teste, Musk reconhece que ainda há muitos desafios a serem superados, especialmente em termos regulatórios. Recentemente, ele criticou a FAA (Administração Federal de Aviação) por demorar a aprovar licenças de lançamento, o que ele acredita estar atrasando a inovação. Contudo, a licença para o voo de domingo foi concedida um dia antes do lançamento, permitindo o sucesso dessa missão crucial.
Agora, a SpaceX se prepara para realizar mais testes a fim de refinar ainda mais a tecnologia e, eventualmente, lançar humanos ao espaço com total segurança.
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