Segundo informações obtidas pelo o GLOBO, Rodrigo Janot fará mais uma denúncia contra o presidente Michel Temer. A delação será feita antes do fim do mandato do procurador-geral da República previsto para 17 de setembro. O texto para o ato já está sendo elaborado por Janot e equipe, e deverá ser concluído no começo de setembro.
Mesmo o presidente negando ter cometido atos ilegítimos, a investigação que segue contra Temer é por corrupção, obstrução de justiça e organização criminosa. A denúncia será feita a partir do inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A primeira delação foi bloqueada pela Câmara no início de agosto. Nela, o procurador-geral acusou o presidente de corrupção passiva. Dessa vez, Janot usará elementos da delação do operador Lúcio Bolonha Funaro para reforçar a denúncia anunciada.
A primeira denúncia foi vetada com mais de 120 votos de margem. A avaliação era que a pressão política levaria o procurador-geral a postergar as investigações por tempo indefinido, o que inviabilizaria uma nova iniciativa de ordem criminal, ainda segundo o jornal.
Depois de pelo menos três meses tentando negociar, o acordo de delação de Funaro foi firmado na terça-feira (22). Ele prometeu falar sobre um expressivo número de políticos, entre eles Temer e bancada parlamentar ligada ao ex-deputado Eduardo Cunha, nos acordos iniciais. O inquérito aberto contra o presidente tem como ponto de partida a delação do empresário Joesley Batista e outros executivos da empresa JBS.
A vantagem para a investigação, é a gravação de uma conversa que foi realizada entre Temer e Batista no porão do Palácio do Jaburu, durante a noite, no dia 7 de março deste ano (2017). Trechos da gravação foram divulgados pelo GLOBO em 17 de maio. No encontro, o empresário fala sobre vários crimes que teria cometido, um deles, é sobre a compra do silêncio de Funaro e Eduardo Cunha.
A Polícia Federal avaliou que o dinheiro seria parte de uma propina que, ao longo de 20 anos, bateria a casa dos R$ 400 milhões. Batista ainda disse, durante a conversa com o presidente, que fazia pagamentos a Funaro. A ideia seria impedir que o operador fizesse delação.
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