(ANSA) – Dilma Rousseff entrou para a história do Brasil como a primeira mulher a assumir a Presidência. Mas, nesta quinta-feira (31), seu nome também ficou marcado nas páginas nacionais como a primeira a ser condenada em um processo de impeachment.
Por 61 votos a 20 e nenhuma abstenção, o Senado Federal aprovou o impeachment de Dilma baseado na acusação de que Dilma violou as leis fiscais com as chamadas “pedaladas” e com a emissão de decretos de suplementação orçamentária sem autorização do Congresso.
A presidente, que estava afastada desde maio, quando o Senado aceitou dar prosseguimento ao processo de impeachment, teve 180 dias para elaborar sua defesa. Ela se apresentou na segunda-feira ao plenário e negou todas as acusações, argumentando que sofreu um “golpe” praticado por parlamentares opositores.
Eleita em 2010 e reeleita em 2014 com 54 milhões de votos, Dilma encerra 13 anos consecutivos de governo nacional do PT, iniciado em 2003 com seu mentor, Luiz Inácio Lula da Silva.
O único presidente brasileiro que também respondeu por um processo de impeachment foi Fernando Collor de Mello, em 1992, algo inédito até então na América Latina. No entanto, o então mandatário decidiu renunciar pouco antes de passar pelo julgamento final, em 29 de dezembro daquele ano.
Diferentemente de Collor, Dilma permaneceu no cargo até o último dia e foi afastada pela votação no Senado que a condenou. Ela apresentou toda sua defesa e disse “como todos, tenho defeitos, mas, entre os meus defeitos, não estão a deslealdade e a covardia. Não traio os compromissos que assumo”.
Eram necessários ao menos 54 votos (dois terços totais) para que o impeachment fosse aprovado.
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