O vereador de Natal, Robério Paulino (PSOL), manifestou-se veementemente contra a possibilidade de anistia aos militares envolvidos na tentativa de golpe de Estado durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi feita durante sessão ordinária da Câmara Municipal de Natal na terça-feira, dia 3. Paulino pediu a prisão dos investigados, incluindo o ex-presidente, em decorrência das ações da Operação Contragolpe da Polícia Federal.
A Operação Contragolpe, realizada em 19 de novembro, resultou na prisão de quatro militares e um agente da corporação por suspeita de planejar o assassinato de Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes, após as eleições de 2022. A Polícia Federal indiciou Bolsonaro e outras 36 pessoas por golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, concluindo que o ex-presidente atuou diretamente na tentativa de golpe.
“O senhor Bolsonaro agora está pedindo anistia”, disse o vereador. “Ele, junto a um grupo de militares, planejou não reconhecer o resultado das eleições, apagar o que foi decidido pelo povo e até mesmo assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o presidente do STF, Alexandre de Moraes. Assassinar aqueles de quem a gente discorda é coisa que ficou na Idade Média”, afirmou Robério Paulino, que defendeu a investigação e a responsabilização de todos os envolvidos.
Robério Paulino foi enfático ao rejeitar qualquer forma de anistia: “Não, anistia não. Prisão para todos eles. Prisão para os golpistas e para esses pretensos assassinos que desrespeitaram a vontade popular e tentaram implantar uma ditadura no Brasil. A ditadura já ficou para trás, em 1984, e não podemos permitir que ela volte”, declarou. Ele complementou sua fala com uma definição contundente: “Ditadura é obscurantismo, ditadura é uma noite, ditadura é o fim do direito de todos nós dizermos o que quisermos”.
O vereador compartilhou suas experiências pessoais durante o período da ditadura militar no Brasil, ressaltando as restrições à liberdade de expressão: “Eu vivi na ditadura no Brasil, fui estudante da antiga Escola Técnica Federal, hoje IFRN, e a gente tinha medo, não se podia falar nada”, recordou. “Nós queremos um país de liberdade, um país que tenha não só eleições, mas que tenha democracia cotidiana, onde o povo possa participar através de canais sociais de discussão, de debate, de decisão. Isso que nós queremos, e não ditadura de um grupo de militares que manda e desmanda no país e que assassina seus oponentes políticos. Fui preso cinco vezes na ditadura militar e acabamos com ela com orgulho”, finalizou.
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