Política

Plano Golpista: Revelações de Documento Implicam Ex-Aliados de Bolsonaro na Tentativa de Culpar Governo Lula

Uma investigação da Polícia Federal (PF) trouxe à tona um documento que detalha um plano elaborado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro para atribuir ao governo Lula a responsabilidade pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O documento, obtido durante buscas na residência do general da reserva Mário Fernandes, ex-número dois da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro, foi revelado ao público após a liberação do seu sigilo pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Criado em 16 de maio de 2023, quando Fernandes ocupava um cargo no gabinete do deputado federal General Pazuello, o documento apresenta uma série de estratégias direcionadas à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro. O objetivo principal era desviar a atenção da responsabilidade do grupo investigado pela PF e, assim, buscar o impeachment do presidente Lula.

Estratégias Maquiavélicas: O plano consistia em:

  • Desviar a culpa: A estratégia central era imputar ao governo Lula a responsabilidade pelos atos de 8 de janeiro, blindando os investigados.
  • Atacar o STF e o Ministro Alexandre de Moraes: O documento buscava desgastar a imagem do STF e, particularmente, do ministro Alexandre de Moraes, utilizando a expressão “ditadura da toga”, como forma de pressionar por pedidos de impeachment contra ministros da Corte.
  • Minimizar a gravidade dos atos: Os participantes dos atos de 8 de janeiro eram referidos como “patriotas”, minimizando a gravidade de seus atos.
  • Atacar a Polícia Federal: O documento incluía acusações de abuso de poder e prisões ilegais por parte da PF, com o intuito de intimidar a instituição.
  • Incriminar Flávio Dino: O documento também continha anotações para a construção de uma narrativa que imputasse ao então ministro da Justiça, Flávio Dino, responsabilidade por omissão nos eventos de 8 de janeiro.

Um dos trechos mais chocantes do documento afirma: “Mostrar o abuso de poder do STF, principalmente do Alexandre de Moraes, na prisão de cerca de 1.500 patriotas, que só tem um comparativo na história da humanidade, que são as prisões dos judeus pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial”. A comparação grotesca busca minimizar a gravidade dos atos golpistas e desqualificar as ações do Poder Judiciário.

A divulgação deste documento levanta sérias preocupações sobre a existência de uma estratégia organizada para subverter as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado. A PF continua a investigar as circunstâncias e a extensão da rede de indivíduos envolvidos neste plano.

A investigação também envolve a análise de outras informações encontradas na residência do general Mário Fernandes, que podem contribuir para um entendimento mais amplo do contexto dos eventos de 8 de janeiro e das tentativas de desestabilização do governo. O Supremo já condenou 265 investigados pelos atos do 8 de Janeiro, conforme divulgado em outra reportagem.

Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.

Brunna Mendes

Gestão Hospitalar (UFRN), 28 primaveras, sagitariana e apaixonada por uma boa leitura, séries, filmes e Netflix.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Botão Voltar ao topo
Fechar

Permita anúncios para apoiar nosso site

📢 Desative o bloqueador de anúncios ou permita os anúncios em nosso site para continuar acessando nosso conteúdo gratuitamente. Os anúncios são essenciais para mantermos o jornalismo de qualidade.