Política

“Lula não sobe a rampa”: documento apreendido pela PF revela plano para impedir posse

Um documento manuscrito apreendido pela Polícia Federal (PF) durante investigações sobre o chamado ‘inquérito do golpe’ revela um plano para impedir a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. O documento, encontrado na sede do Partido Liberal (PL), na mesa do assessor do general Walter Braga Netto, coronel Peregrino, detalha ações para interromper a transição de governo e conclui com a frase: Lula não sobe a rampa.

O material, parte de um relatório da PF que indicia 37 pessoas, teve seu sigilo quebrado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, na terça-feira, 26 de novembro de 2024. O ministro relator do inquérito autorizou a divulgação das informações após conclusão das investigações.

Denominado Operação 142, em referência ao artigo da Constituição que trata das Forças Armadas, o plano esboça uma estratégia para uma ruptura institucional, segundo a PF. O relatório aponta que os investigados consideravam o artigo 142 como meio de manter Jair Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições de 2022.

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Foto: Divulgação/PF

O documento descreve ações como mobilização de juristas e formadores de opinião e utiliza siglas e jargões militares, incluindo CG Pol (Centro de Gravidade Político), com propostas de medidas autoritárias. A PF afirma que esses elementos demonstram claramente a intenção dos envolvidos em executar um golpe de Estado.

Entre os itens encontrados no documento constam termos como: Anulação das eleições, Prorrogação dos mandatos, Substituição de todo TSE e Preparação de novas eleições. A PF destaca a gravidade das propostas, que visavam claramente a subversão da ordem democrática e a desconsideração do resultado das eleições.

O relatório da PF também menciona a participação do general Walter Braga Netto nos atos golpistas. O material apreendido reforça as acusações contra o general, corroborando informações anteriores sobre sua envolvimento concreto em ações ilegais visando a desestabilização do governo eleito. As investigações em andamento devem esclarecer o nível de participação de cada um dos 37 indiciados, assim como as possíveis conexões entre as ações e outros grupos ou indivíduos.

A divulgação do documento e as informações contidas no relatório da PF geraram grande repercussão no cenário político nacional, reacendendo o debate sobre os riscos à democracia e a necessidade de apuração rigorosa e punição dos responsáveis por atos que atentem contra a ordem constitucional.

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Brunna Mendes

Gestão Hospitalar (UFRN), 28 primaveras, sagitariana e apaixonada por uma boa leitura, séries, filmes e Netflix.

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