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PEC que propõe o fim da escala 6×1 ganha força e movimenta redes sociais

A proposta da PEC de abolição da escala 6x1 surge em um cenário em que o debate sobre saúde mental e condições de trabalho ganha força.

Uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que visa modificar a escala de trabalho 6×1 — na qual o trabalhador tem direito a uma folga a cada seis dias trabalhados — está gerando debates intensos nas redes sociais e nos bastidores do Congresso Nacional. A medida, defendida pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), ainda precisa do apoio formal de outros parlamentares para iniciar a tramitação oficial na Câmara dos Deputados.

Neste sábado (9), o tema figurava como o mais discutido na rede social X (antigo Twitter), acumulando cerca de 250 mil postagens até as 21h, com usuários debatendo os prós e contras da PEC e abordando questões sobre saúde mental, qualidade de vida e os impactos do atual regime de trabalho.

Debate sobre a escala de trabalho e seus impactos na saúde mental

Atualmente, a escala 6×1 é comum em setores que operam todos os dias da semana, como o comércio, supermercados, restaurantes, farmácias e serviços de atendimento, onde o trabalhador trabalha seis dias consecutivos e descansa apenas um.

Críticos da jornada alegam que o modelo é desgastante, apontando para o aumento dos casos de burnout — uma síndrome de exaustão extrema, frequentemente relacionada a cargas excessivas de trabalho. Para os defensores da mudança, o modelo 6×1 não condiz com as necessidades do trabalhador atual, prejudicando sua saúde mental e limitando o tempo para descanso e convivência familiar.

Entre os apoiadores da PEC está Rick Azevedo, vereador eleito pelo PSOL no Rio de Janeiro e criador do Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), que exige uma posição clara do Partido dos Trabalhadores (PT) sobre a proposta. Azevedo declarou nas redes sociais: “Ninguém pode viver tendo só apenas um dia de folga. A escala 6 por 1 é um modelo ainda de escravidão que continuou. Por isso que falo isso e reafirmo sem medo algum: não tem como a gente falar de vida além do trabalho só tendo apenas um dia de folga.”

Ele acrescentou que o PT, como partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deveria se pronunciar sobre o tema em apoio à classe trabalhadora.

Suporte no Congresso e mobilização pela tramitação da PEC

Para iniciar sua tramitação oficial, uma PEC precisa de 171 assinaturas de deputados e 27 de senadores. Atualmente, a proposta já conta com 71 assinaturas na Câmara dos Deputados, com apoio que abrange diferentes partidos, incluindo PSOL, PT, PSD, PDT, União Brasil, Republicanos e outros.

A PEC recebeu um impulso recente com o apoio do deputado Duarte Jr. (PSB-MA) e da deputada Benedita da Silva (PT-RJ). Os defensores da proposta também esperam conseguir o apoio da deputada Tabata Amaral (PSB-SP), ex-candidata à prefeitura de São Paulo.

A lista de deputados que apoiam a PEC inclui parlamentares de várias legendas e regiões do Brasil:

  • Avante: André Janones (Avante-MG)
  • PCdoB: Daiana Santos (PCdoB-RS), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Márcio Jerry (PCdoB-MA), Orlando Silva (PCdoB-SP)
  • PDT: Dorinaldo Malafaia (PDT-AP), Duda Salabert (PDT-MG), Marcos Tavares (PDT-RJ)
  • PL: Fernando Rodolfo (PL-PE)
  • PP: Socorro Neri (PP-AC)
  • PSB: Lídice da Mata (PSB-BA)
  • PSD: Célio Studart (PSD-CE), Stefano Aguiar (PSD-MG)
  • PSDB: Dagoberto Nogueira (PSDB-MS)
  • PSOL: Célia Xakriabá (PSOL-MG), Chico Alencar (PSOL-RJ), Erika Hilton (PSOL-SP), Fernanda Melchionna (PSOL-RS), Glauber Braga (PSOL-RJ), Guilherme Boulos (PSOL-SP), Ivan Valente (PSOL-SP), Luiza Erundina (PSOL-SP), Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), Prof. Luciene Cavalcante (PSOL-SP), Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Taliria Petrone (PSOL-RJ), Tarcísio Motta (PSOL-RJ)
  • PT: Alfredinho (PT-SP), Ana Pimentel (PT-MG), Camila Jara (PT-MS), Carol Dartora (PT-PR), Dandara (PT-MG), Delegada Adriana Accorsi (PT-GO), Denise Pessôa (PT-RS), Dimas Gadelha (PT-RJ), Erika Kokay (PT-DF), Fernando Mineiro (PT-RN), Gleisi Hoffmann (PT-PR), João Daniel (PT-SE), Jorge Solla (PT-BA), Juliana Cardoso (PT-SP), Kiko Celeguim (PT-SP), Leonardo Monteiro (PT-MG), Lindbergh Farias (PT-RJ), Luiz Couto (PT-PB), Luizianne Lins (PT-CE), Marcon (PT-RS), Maria do Rosário (PT-RS), Miguel Ângelo (PT-MG), Natália Bonavides (PT-RN), Nilto Tatto (PT-SP), Odair Cunha (PT-MG), Padre João (PT-MG), Patrus Ananias (PT-MG), Paulão (PT-AL), Reginete Bispo (PT-RS), Reimont (PT-RJ), Rogério Correia (PT-MG), Rubens Otoni (PT-GO), Tadeu Veneri (PT-PR), Vicentinho (PT-SP), Waldenor Pereira (PT-BA), Washington Quaquá (PT-RJ)
  • Rede: Túlio Gadelha (Rede-PE)
  • Republicanos: Antônia Lúcia (Republicanos-AC)
  • Solidariedade: Maria Arraes (Solidariedade-PE)
  • União Brasil: Douglas Viegas (União Brasil-SP), Meire Serafim (União Brasil-AC), Saullo Vianna (União Brasil-AM), Yandra Moura (União Brasil-SE)
Governo não vai custear seguro-desemprego com multa do FGTS
A imagem mostra a tela de um celular executando o aplicativo da Carteira de Trabalho Digital sobre uma Carteira de Trabalho e Previdência Social impressa (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário.Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop.MTB Jornalista 0002472/RNE-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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