Política

Lira leva PEC de corte de gastos ao plenário após impasse na CCJ

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou nesta quarta-feira (4) que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2014, parte do pacote de corte de gastos do governo, será diretamente pautada no Plenário. A decisão ocorreu após a impossibilidade de um acordo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para sua votação.

A estratégia do governo, segundo seus representantes, é levar a PEC diretamente ao Plenário para garantir a aprovação das propostas de cortes até o final do ano, impactando o orçamento de 2025. Lira afirmou que apensará a PEC 45 a outra proposta já pronta para votação, alegando jurisprudência na Casa que permite tal procedimento. Um relator será designado para a PEC, com a expectativa de uma análise mais célere que a prevista para comissões especiais, que exigem, no mínimo, dez sessões plenárias para análise do texto.

A oposição, no entanto, criticou veementemente a decisão. O deputado Mendonça Filho (União-PE) declarou que “O governo está dizendo claramente que vai passar por cima da CCJ e passar por cima da comissão especial, o que é inaceitável. A gente tem que protestar“. A presidente da CCJ, deputada Caroline de Toni (PL-SC), reforçou que a decisão contraria o regimento interno da Casa, afirmando que “Nós nos posicionamos contrários a esses precedentes e achamos que o próprio colegiado é enfraquecido e desprestigiado quando isso acontece. Por mais que muitas vezes seja uma decisão política e que já tenha precedentes na casa“.

O impasse na CCJ ocorreu devido à promessa de obstrução da oposição e do PSOL, que pretendiam pedir vistas da PEC 45, atrasando o cronograma. O governo buscou um acordo com a oposição, condicionando a aprovação da PEC de corte de gastos à aprovação, sem pedido de vistas, da PEC do BNDES, que exige autorizações do Congresso para empréstimos do banco para empreendimentos no exterior. Segundo o deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA), vice-líder do governo na Câmara, este acordo não foi aceito pelo governo.

A PEC 45 prevê, entre outras medidas, uma redução gradual do acesso ao abono salarial. Atualmente, o benefício de um salário mínimo é concedido a trabalhadores com carteira assinada e servidores públicos com renda de até dois salários mínimos. A proposta estabelece que, a partir de 2035, o abono será pago apenas para aqueles com renda de até um salário mínimo e meio. Além disso, a PEC limita verbas indenizatórias para servidores acima do teto salarial e estabelece novas regras para incentivos fiscais.

O governo justifica a urgência na votação, alegando precedentes, como a aprovação da PEC Emergencial durante a pandemia, que também foi levada diretamente ao Plenário após acordo entre líderes partidários. O prazo desejado pelo governo para a aprovação é 18 de dezembro.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário.Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop.MTB Jornalista 0002472/RNE-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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