Política

Lewandowski defende constitucionalização do Susp para integrar segurança pública

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, advocou pela constitucionalização do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) durante audiência na Comissão de Segurança Pública do Senado, nesta terça-feira (3). Para Lewandowski, a medida é crucial em um contexto de crime organizado cada vez mais internacionalizado e transnacional.

A proposta de constitucionalização, atualmente em fase final de elaboração na Casa Civil, será apresentada ao Congresso nos próximos dias. Lewandowski lembrou que o Susp, criado durante o governo Michel Temer, já conta com amparo legal por meio da Lei Ordinária 13.675/2018. Essa lei, aprovada sem contestações, unificou os Fundos Nacional de Segurança Pública e Penitenciário, e instituiu as bases do Susp. A proposta atual busca aprimorar essa legislação, conforme antecipou o ministro, seguindo a linha das discussões com governadores lideradas pelo presidente Lula.

Segundo Lewandowski, a principal intenção é fortalecer o papel da União na coordenação das ações de segurança e na definição de uma política nacional integrada, com a participação do Conselho Nacional de Segurança Pública, representando estados e municípios. Ele enfatizou a necessidade de uniformização em diversos aspectos, como:

  • Boletins de ocorrência: eliminando as 27 variações atuais.
  • Mandados de prisão: padronizando os formatos.
  • Certidões de antecedentes: assegurando uniformidade nacional.
  • Carteiras de identidade: criando um modelo único.

Essa padronização, segundo o ministro, é fundamental para a obtenção de dados coerentes e uniformes, essenciais para o planejamento estratégico em segurança pública em nível nacional. A proposta inclui a reestruturação das atribuições da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Federal (PF).

A PRF, que passaria a se chamar Polícia Ostensiva Federal, teria suas competências ampliadas, além do patrulhamento de rodovias, para incluir ferrovias e hidrovias federais, bem como a proteção de bens e instalações federais. Também poderá auxiliar forças estaduais e distritais em situações de emergência, mediante solicitação dos respectivos governadores. Lewandowski justificou a ampliação, destacando os 13 mil agentes treinados e equipados, e a omissão constitucional na criação de uma polícia ferroviária, propondo a utilização da PRF como solução.

A Polícia Federal (PF), por sua vez, manterá suas atribuições tradicionais, com foco em crimes contra a ordem política e social, e contra bens e interesses da União. Suas ações serão estendidas à investigação de crimes em áreas de preservação ambiental e unidades de conservação, entidades autárquicas e empresas públicas, assim como a apuração de crimes com repercussão interestadual ou internacional. Além disso, a PF terá um papel destacado no combate ao crime organizado de milícias privadas, em casos com atuação interestadual ou transnacional, conforme regulamentação específica do Congresso Nacional. A proposta explicita, assim, competências já exercidas pela PF, reforçando seu papel estratégico na segurança nacional.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário.Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop.MTB Jornalista 0002472/RNE-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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