O senador Flávio Bolsonaro declarou que seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, pode recorrer a cortes internacionais, caso seja denunciado por tentativa de golpe de Estado. Em entrevista à CNN na segunda-feira, dia 2, Flávio considerou essa estratégia um “caminho razoável” para a defesa do ex-presidente.
Segundo o senador, a possibilidade de recorrer a tribunais internacionais, como o Tribunal de Direitos Humanos da ONU, se justifica pela percepção de que o sistema judicial brasileiro estaria perseguindo o ex-presidente. Ele alegou a falta de alternativas de defesa eficazes no país, citando precedentes de decisões judiciais brasileiras revertidas em instâncias internacionais. Flávio Bolsonaro mencionou especificamente a atuação de ministros, como Alexandre de Moraes, como um fator que compromete a imparcialidade do sistema judicial brasileiro.
Esta declaração surge após a Polícia Federal indiciar Jair Bolsonaro e mais 35 pessoas, incluindo os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, por tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. O relatório da PF foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em novembro e aguarda análise.
A expectativa é que o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, encaminhe a denúncia para julgamento na Primeira Turma do STF. Essa turma é composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Luiz Fux e Cristiano Zanin, atual presidente do colegiado. Se a denúncia for aceita, Bolsonaro e os demais indiciados se tornarão réus, podendo apresentar defesa e testemunhas.
O processo judicial deve se estender por todo o ano de 2025, antecipando-se ao período eleitoral de 2026. No entanto, a possibilidade de recursos pode causar atrasos. Desde 2023, as ações penais no STF são julgadas pelas Turmas, e não mais pelo plenário completo, uma medida visando otimizar o tempo de trabalho da Corte.
A declaração de Flávio Bolsonaro gerou um debate acirrado sobre a independência do Judiciário brasileiro e as possíveis implicações internacionais de um caso de tamanha magnitude. A estratégia de buscar recursos em cortes internacionais representa uma abordagem inédita para esse tipo de acusação no Brasil e levanta questionamentos sobre a soberania nacional e a legitimidade das decisões judiciais internas.
Pontos-chave da situação:
- Indiciamento de Jair Bolsonaro e 35 pessoas por tentativa de golpe.
- Relatório da Polícia Federal encaminhado ao STF.
- Ministro Alexandre de Moraes como relator do caso.
- Julgamento previsto para a Primeira Turma do STF.
- Flávio Bolsonaro defende recurso a cortes internacionais como o Tribunal de Direitos Humanos da ONU.
- Previsão de tramitação do processo ao longo de 2025.
- Possíveis atrasos devido a recursos.
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