A recuperação do Rio Grande do Sul após as devastadoras enchentes pode levar até dois anos, segundo avaliação do deputado Tadeu Veneri (PT-PR), relator da subcomissão da Câmara que acompanhou as ações emergenciais no estado. O relatório final da subcomissão, aprovado em novembro, aponta prejuízos estimados em R$ 89 bilhões.
Apesar do montante considerável de recursos já liberados – mais de R$ 50 bilhões pelo governo federal e Congresso Nacional – Veneri ressalta a complexidade do processo de reconstrução. Ele destaca a necessidade de planejamento estratégico na alocação de recursos, alertando para a ineficiência de ações precipitadas. “Não adianta colocar, para recuperar uma rodovia, 40 máquinas simultaneamente, porque elas não têm nem como operar”, explicou o deputado.
A fragilidade da infraestrutura e a falta de planejamento em regiões afetadas foram apontadas como fatores que agravaram a situação. Veneri cita a falta de funcionamento de bombas e a ausência de macrodrenagem em Porto Alegre como exemplo concreto dos problemas de prevenção. A subcomissão, criada pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, com a participação do deputado Dr. Frederico (PRD-MG) na presidência, concluiu os trabalhos após monitoramento e levantamento de informações junto à Controladoria-Geral da União (CGU) e à Defensoria Pública.
A recuperação da agricultura e da pecuária também apresenta desafios significativos. A recuperação de pastagens e terras agrícolas fica comprometida com a possibilidade de novas chuvas, e Veneri lembra que o setor leiteiro, por exemplo, já enfrentava dificuldades antes mesmo das enchentes, tendo sua crise agravada pelo desastre. A prevenção, segundo o relator, é fundamental. “A melhor solução para que nós não tenhamos isso agora, enquanto não estamos com chuvas intensas ainda, não chegamos no período das chuvas, é fazer as prevenções”, declarou Veneri.
O relatório final da subcomissão está disponível para consulta aqui.
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