A deputada federal Natália Bonavides (PT) estabeleceu uma conexão direta entre a tentativa de golpe de Estado investigada pela Polícia Federal e a homenagem prestada a torturadores por parte dos envolvidos. Para a parlamentar, esse vínculo não é uma surpresa, e aponta para um padrão de comportamento dentro do grupo que defende a Ditadura Militar e se beneficia da anistia para a impunidade.
O plano golpista, denominado “Punhal Verde e Amarelo“, visava, segundo a deputada, os assassinatos do presidente eleito Lula (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. A deputada reforça a gravidade da situação, ligando diretamente a ação a um histórico de violência e impunidade.
Bonavides afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), figura central na investigação da Polícia Federal, não apenas tinha conhecimento do plano golpista, mas também estava ativamente envolvido. A deputada vai além, alegando que Bolsonaro buscou informações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco como inspiração para o plano.
“Bolsonaro, quando deputado, presidente, ajudava, homenageava e andava sempre com milicianos, é a mesma pessoa que agora se envolve numa tentativa de golpe, que chegou a buscar informações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco, para se inspirar da forma como os milicianos fizeram naquele momento”, afirmou a deputada.
A deputada enfatiza a relação entre a homenagem a torturadores e a trama golpista. “Quem homenageia torturadores agora planeja assassinatos de autoridades”, diz Bonavides, acrescentando que “não é surpresa, porque essa turma que homenageia torturador, torturadores como os que assassinaram, sob tortura, o meu conterrâneo Virgílio Gomes da Silva, é a mesma turma que estava arquitetando o assassinato de autoridades”.
Para Natália Bonavides, a anistia concedida após a Ditadura Militar deixou profundas feridas abertas na sociedade brasileira, resultando em uma injustiça persistente. “A última anistia foi firmada quando as armas ainda estavam levantadas. E foi assim que ficaram impunes assassinos, torturadores e estupradores. A impunidade que restou dessa época é o que faz com que hoje esses peçam anistia pelos seus crimes”, lamentou a deputada. Ela vincula diretamente a impunidade resultante da anistia com a ousadia do grupo investigado.
A investigação da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de Estado continua, com a deputada Bonavides destacando a necessidade de responsabilização dos envolvidos, apontando para um contexto de violência e impunidade que remonta à Ditadura Militar. A declaração de participação de Bolsonaro na trama intensifica o debate sobre o papel do ex-presidente e as consequências políticas da anistia.
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