Verão pode aumentar o risco de viroses e infecções intestinais; entenda
Verão, praia, mar, sol e férias, pode não parecer, mas o clima festivo que envolve essa época do ano também deve colocar as pessoas em estado de alerta quanto a saúde e os cuidados com a alimentação. Para além da necessidade de manter-se bem hidratado e alimentado, os cuidados para evitar viroses e infecções intestinais devem estar ainda mais presentes.
Diversos podem ser os fatores de risco, sejam alimentos crus, crustáceos e frutos do mar, ou mesmo aqueles servidos na rua ou a beira-mar durante o verão. Molhos, temperos e falhas na preparação da comida são detalhes que podem aumentar ainda mais os perigos.
A Dra. Ana Cristina de Araújo, médica filiada à Associação de Ginecologia e Obstetrícia do RN (SOGORN), destaca que a transmissão dessas doenças ocorre principalmente por via fecal-oral, seja através de água e alimentos contaminados ou pelo contato direto entre pessoas.
O aumento do consumo de alimentos fora de casa, especialmente aqueles crus, crustáceos e frutos do mar, pode contribuir para a propagação dessas infecções. “As principais recomendações médicas é evitar o consumo de comidas, e principalmente frutos do mar crus, alimentos expostos à temperatura ambiente por muito tempo, e ambientes com moscas, comidas com molhos, principalmente com produtos lácteos, que facilmente podem favorecer a proliferação bacteriana ou viral e causar doença. Então se uma comida está muito tempo exposta às moscas, ela pode ser o veículo de contaminação mais fácil”, orienta a médica.
Cuidados redobrados com a alimentação de gestantes durante o verão
Gestantes são um grupo de maior vulnerabilidade, conforme alerta a obstetra. Durante a gravidez, as viroses podem levar a vômitos frequentes, associados à diarreia, aumentando o risco de desidratação. A Dra. Ana Cristina destaca que a desidratação pode impactar diretamente a gestante, levando a sintomas como moleza e sonolência, podendo até influenciar o líquido amniótico do bebê. “Com isso, é importante que, no momento em que começarem os vômitos e as diarreias de difícil controle, a gestante procure atendimento médico para fazer uma avaliação clínica e possível hidratação, via venosa, com recuperação mais rápida que a hidratação oral, repondo líquidos e sais minerais. Além disso, a paciente deve restringir alimentos de difícil ingestão e lácteos”, esclarece a especialista.
Sobre o tratamento da diarreia, a médica aconselha evitar o uso de medicamentos que visam interromper o processo, pois a diarreia é um mecanismo de limpeza do organismo. Se necessário, pode ser utilizado antibiótico para tratar a infecção, combinado com a reposição de líquidos, principalmente água.
Quanto ao impacto das infecções intestinais na gestação, a Dra. Ana Cristina tranquiliza, afirmando que não há um risco grave para o bebê, mas destaca a possibilidade de queda do líquido amniótico em casos de quadros severos de vômitos e diarreia.
Para garantir um verão saudável, a obstetra oferece algumas recomendações importantes: “Em síntese, deve-se evitar o uso de alimentos suspeitos, e caso adoeça, o primeiro passo para o diagnóstico é avaliar o quadro geral e a característica dos vômitos e diarreia, como número e duração, características das fezes (consistência e presença de sangue ou muco), frequência e volume das evacuações, associação da diarreia a vômitos, dor abdominal, febre (duração), tenesmo (tentativa dolorosa de evacuar), cãibras. Isso com tratamento adequado”, finaliza a médica.