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Software de espionagem é identificado em apps que estiveram disponíveis no Google Play

A descoberta de que um malware tão sofisticado conseguiu escapar das verificações de segurança da Google Play Store por tanto tempo é alarmante.

Uma nova ameaça à segurança digital foi descoberta recentemente por especialistas da Kaspersky, empresa de cibersegurança reconhecida mundialmente. Trata-se do malware chamado de Mandrake, um tipo de spyware altamente sofisticado que estava disfarçado em aplicativos legítimos na Google Play Store.

O malware foi encontrado em aplicativos relacionados a criptomoedas, astronomia e ferramentas de gerenciamento de dispositivos, e permaneceu disponível para download por cerca de dois anos, sem ser detectado. Estima-se que mais de 32 mil usuários em diferentes partes do mundo tenham baixado esses aplicativos, expondo suas informações pessoais e sensíveis a cibercriminosos.

O Mandrake não é uma ameaça nova. Identificado pela primeira vez em 2020, ele é um spyware (software espião) que foi rastreado em campanhas que remontam a 2016. Este software malicioso é projetado para se instalar silenciosamente em dispositivos Android, onde coleta informações pessoais e as envia para servidores controlados pelos cibercriminosos. As informações coletadas podem incluir desde dados bancários e credenciais de login até mensagens de texto e localização geográfica. Em resumo, o Mandrake é uma ferramenta de espionagem completa, capaz de monitorar praticamente todas as atividades realizadas no dispositivo infectado.

Evolução e sofisticação do Mandrake

A versão mais recente do Mandrake, descoberta pela Kaspersky em abril de 2024, mostrou um avanço em termos de técnicas de ocultação e evasão. Essas melhorias tornaram o malware ainda mais difícil de detectar, mesmo por especialistas em segurança e pelas proteções automatizadas do Google Play. Uma das técnicas usadas inclui a realização de verificações para determinar se o dispositivo em que está instalado possui root (um processo que concede acesso total ao sistema, permitindo a execução de comandos avançados) ou se está sendo executado em um ambiente controlado, como em uma máquina virtual usada por analistas de segurança.

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Além disso, o Mandrake agora utiliza métodos avançados para esconder suas operações e evitar a detecção. Por exemplo, ele pode modificar seu comportamento dependendo do dispositivo em que está instalado, o que dificulta a identificação de padrões comuns que poderiam revelar sua presença.

Como o Mandrake se disfarçou no Google Play?

Os aplicativos infectados com o Mandrake foram habilmente disfarçados como ferramentas inofensivas e úteis, como um aplicativo de compartilhamento de arquivos via Wi-Fi, um serviço de astronomia, um jogo, uma plataforma para gerenciamento de criptomoedas e um aplicativo de puzzles de lógica. Estes aplicativos foram publicados no Google Play em 2022 e permaneceram disponíveis por dois anos, enganando tanto os usuários quanto as verificações de segurança da plataforma.

Aplicativos disfarçados de ferramentas úteis, como jogos e serviços de criptomoedas, infectaram dispositivos com o malware Mandrake
Aplicativos disfarçados de ferramentas úteis, como jogos e serviços de criptomoedas, infectaram dispositivos com o malware Mandrake (Imagem: Securelist)

Durante esse período, os aplicativos foram baixados milhares de vezes em diversos países, incluindo Canadá, Alemanha, Itália, México, Espanha, Peru e Reino Unido. Esta ampla disseminação global ilustra a eficácia do disfarce adotado pelos desenvolvedores do Mandrake.

A descoberta de que um malware tão sofisticado conseguiu escapar das verificações de segurança da Google Play Store por tanto tempo é alarmante. Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina, revelou ao N10 Notícias seriedade da situação: Depois de escapar à detecção durante quatro anos consecutivos com suas versões iniciais, a última campanha do Mandrake permaneceu sem ser encontrada no Google Play durante mais dois anos. Isto demonstra as competências avançadas dos cibercriminosos envolvidos.”

Essa situação não apenas expõe a fragilidade dos sistemas de segurança nas lojas de aplicativos, mas também enfatiza a necessidade crescente de vigilância por parte dos usuários. À medida que as técnicas de verificação de segurança se tornam mais sofisticadas, os cibercriminosos também aprimoram suas táticas, criando uma batalha constante entre a segurança cibernética e as ameaças digitais.

Como se proteger?

Para se proteger contra ameaças como o Mandrake, especialistas recomendam as seguintes medidas:

  1. Baixe aplicativos somente de fontes confiáveis: prefira sempre baixar aplicativos de lojas oficiais, como o Google Play, mas esteja ciente de que mesmo essas plataformas podem conter aplicativos maliciosos. Verifique as avaliações e comentários de outros usuários antes de baixar qualquer aplicativo.
  2. Use softwares de segurança: instale um antivírus de boa reputação em seus dispositivos. Mantenha-o atualizado e realize varreduras regulares para identificar possíveis ameaças.
  3. Mantenha-se informado: esteja sempre atualizado sobre as últimas ameaças e esquemas de cibersegurança. Cuidado com ofertas suspeitas ou solicitações inesperadas de informações pessoais ou financeiras.

Thiago Santos

Sou um estudante de Ciências e Tecnologia, apaixonado por inovação e sempre antenado nas últimas tendências tecnológicas. Acredito que o futuro está intrinsecamente ligado ao avanço da ciência, e estou empenhado em contribuir para esse progresso. Além dos estudos, sou um apaixonado por cinema e séries. Nos momentos de lazer, valorizo a companhia dos amigos. Gosto de compartilhar risadas, experiências e construir memórias com aqueles que são importantes para mim. Essa convivência é fundamental para equilibrar minha busca por conhecimento e meu amor pelo entretenimento e tecnologia.

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