Alimentos ultraprocessados aumentam o risco de depressão e sofrimento psicológico
Na busca constante por conveniência e prazer imediato, muitas pessoas se entregam ao consumo excessivo de alimentos ultraprocessados. Estes são geralmente carregados com açúcar, sal, gorduras e carboidratos para torná-los irresistíveis ao paladar. No entanto, a adoção de uma dieta rica nesses alimentos pode estar levando as pessoas a um caminho de sofrimento psicológico e depressão, segundo um estudo recente publicado no Journal of Affective Disorders.
Os Perigos dos Alimentos Ultraprocessados
Conforme detalhado pelo estudo, o consumo de alimentos ultraprocessados pode resultar em adaptações neurobiológicas que geram comportamentos cada vez mais compulsivos. De acordo com Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), tais alimentos também desequilibram a dieta, pois diminuem a ingestão de proteínas, fibras e gorduras saudáveis, além de frutas e vegetais. Isso pode impactar o humor do indivíduo e potencializar quadros de estresse, ansiedade e depressão.
Revelações do Estudo
O estudo avaliou 24.674 participantes que relataram suas dietas e responderam a um questionário de sofrimento psicológico. Descobriu-se que os indivíduos que consumiam a maior quantidade de alimentos ultraprocessados eram mais propensos a viver sozinhos, possuíam um nível educacional mais baixo e eram menos propensos a serem casados ou a se engajarem em atividades físicas intensas.
Dra. Marcella Garcez ressalta que esses indivíduos tinham 1,14 vez mais chances de apresentar sofrimento psicológico elevado em comparação com aqueles que consumiam menos alimentos ultraprocessados.
Reduzindo o Consumo de Alimentos Ultraprocessados
A Dra. Garcez insiste em uma dieta equilibrada, variada e o mais natural possível. Ela afirma que a associação observada no estudo só foi significativa em indivíduos que consumiam uma quantidade considerável de alimentos ultraprocessados. “Esses alimentos não precisam ser completamente proibidos, mas o ideal é que o seu consumo seja minimizado“, aconselha.
Nutrientes e Bem-estar
Os neurotransmissores ligados ao bem-estar e ao bom humor são formados a partir de vários nutrientes, principalmente aminoácidos encontrados em proteínas vegetais e animais. Estes incluem leguminosas, cereais, sementes, carnes, ovos e laticínios.
Dentre esses aminoácidos, o triptofano é essencial para a síntese de serotonina, um neurotransmissor importante para o humor e bem-estar. Alimentos ricos em triptofano incluem bananas, peixes, laticínios, grão de bico, carne de frango, chocolate, ovos, amendoim, abacate, castanha de caju e amêndoas.
Em suma, manter um hábito alimentar equilibrado, variado e o mais natural possível é vital para a saúde mental e física. Como sempre, a moderação é a chave quando se trata de alimentos ultraprocessados. Embora possam ser deliciosos e convenientes, seu consumo excessivo pode levar a uma espiral de depressão e sofrimento psicológico. Portanto, é essencial equilibrar a dieta com nutrientes essenciais que ajudam a manter o bem-estar geral.