Alarmante: mortes por infarto em mulheres jovens crescem 62% no Brasil
A prevenção é fundamental e inclui a prática regular de atividades físicas, alimentação adequada, evitar o consumo de álcool e qualquer tipo de tabagismo
O Brasil enfrenta uma realidade preocupante: nos últimos 30 anos, a taxa de mortalidade por infarto entre mulheres jovens, especificamente na faixa etária de 15 a 49 anos, cresceu cerca de 62%. A estatística é ainda mais alarmante para mulheres de 50 a 69 anos, onde houve um aumento de quase 176%. As informações são da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), evidenciando uma situação que requer imediata atenção e ação.
Um Problema Crescente: A Ocorrência de Infarto em Mulheres
Tradicionalmente, o público feminino era menos afetado por infartos. No entanto, este cenário tem se alterado progressivamente devido a mudanças significativas no estilo de vida, incluindo sedentarismo, estresse e outros fatores de risco. O aumento na taxa de infartos entre mulheres é similar ao registrado entre homens, sinalizando uma necessidade crítica de conscientização e intervenção.
Gláucia Maria Moraes de Oliveira, representante do Departamento de Cardiologia da Mulher da SBC, afirma que a questão do infarto em mulheres merece especial atenção. Muitas vezes, a falta de conhecimento dos sintomas específicos nas mulheres pode levar a um diagnóstico tardio e, consequentemente, pior prognóstico.
Identificando os Sinais de Infarto nas Mulheres
Os sintomas de infarto podem variar significativamente entre homens e mulheres. Enquanto homens geralmente experimentam dor intensa no peito, mulheres podem apresentar sintomas mais sutis, como cansaço extremo ou sintomas semelhantes a uma crise de ansiedade.
Além disso, muitas mulheres podem sofrer um tipo diferente de infarto, conhecido como “minoca“, em que ocorre uma disfunção arterial semelhante à dos homens, mas sem a existência de uma placa aterosclerótica. Este fator reforça a importância de os profissionais de saúde estarem preparados para identificar corretamente os sinais de infarto em mulheres.
Desafios no Diagnóstico e Tratamento do Infarto em Mulheres
Um dos desafios significativos enfrentados no diagnóstico de infarto em mulheres é a suposição histórica de que homens têm um risco maior de infarto devido aos seus hábitos de vida, geralmente considerados menos saudáveis que os das mulheres. Este pensamento pode levar muitos médicos a estarem mais atentos aos sinais de problemas cardiovasculares em homens do que em mulheres.
Além disso, menos de 50% das mulheres que sofrem infarto recebem o tratamento medicamentoso adequado. Um estudo recente publicado pela Academia Americana de Cardiologia observou que mulheres são mais propensas a precisar de uma nova internação no ano seguinte ao infarto. Elas também enfrentam mais complicações e têm mais riscos de vida neste período.
Promovendo a Prevenção e a Conscientização
Para lidar com esta crescente questão de saúde pública, é necessário um esforço coordenado para aumentar a conscientização sobre os riscos de infarto em mulheres. A prevenção é fundamental e inclui a prática regular de atividades físicas, alimentação adequada, evitar o consumo de álcool e qualquer tipo de tabagismo.
A SBC tem incentivado a criação de protocolos médicos específicos para prevenção, diagnóstico e tratamento do infarto em mulheres. O diagnóstico correto e o tratamento precoce são essenciais para garantir melhores resultados para as pacientes.
Os dados sobre infarto em mulheres no Brasil indicam um problema emergente e preocupante. Conscientização, prevenção e ação são as chaves para combater este problema de saúde pública. É necessário garantir que as mulheres tenham acesso a informações precisas sobre os sintomas do infarto e que os profissionais de saúde estejam adequadamente preparados para diagnosticar e tratar esta condição em mulheres. A sua saúde é sua maior riqueza. Fique informada, consciente e ativa na prevenção do infarto.