Nunca ignore a dor de garganta em crianças: Saiba o por quê!
Crianças e adolescentes são mais suscetíveis a infecções de faringe e amígdala provocadas por estreptococos - tipo de bactéria que pode causar doenças no coração, rins e sistema nervoso; médica explica quais as precauções que pais e mães devem sempre adotar
A dor de garganta é uma aflição comum tanto em adultos quanto em crianças. No entanto, para os pequenos, essa dor, especialmente entre as idades de 5 e 15 anos, nunca deve ser descartada. Essa dor pode ser um sinal de uma infecção mais grave por estreptococos, que pode levar a condições sérias como Febre Reumática, Glomerulonefrite e Síndrome Pandas.
Neste artigo, a Dra. Cristiane Adami, especialista em otorrinolaringologia pelo Hospital Paulista, explica as precauções que os pais devem tomar e os sinais que devem ser observados.
A Importância da Precaução em Casos de Dor de Garganta
Ter dor de garganta é algo que todos nós experimentamos, e as crianças não são exceção. No entanto, quando se trata de crianças, essa dor nunca deve ser ignorada. Pode ser mais do que apenas um sinal de faringite ou amigdalite, e, de fato, pode ser indicativo de uma infecção por estreptococos, uma condição muito mais séria.
Entendendo a Infecção por Estreptococos
As infecções por estreptococos são causadas pela bactéria estreptococo beta-hemolítico do grupo A, também conhecida como Piogenes. Estas bactérias são extremamente nocivas e podem ser encontradas em praticamente qualquer ambiente. As infecções iniciais normalmente começam com inflamação da faringe e da amígdala, mas podem progredir para doenças mais graves se não forem tratadas apropriadamente.
O Papel Crucial dos Pais no Diagnóstico Precoce
É comum que os pais ignorem as reclamações de dor de garganta de seus filhos, pensando ser apenas uma doença comum que pode ser tratada facilmente em casa. No entanto, a Dra. Adami alerta que os pais devem estar atentos aos sintomas e procurar ajuda médica assim que os sinais de infecção se tornem aparentes.
Sinais de Infecção por Estreptococos
Um dos principais sinais de uma infecção por estreptococos é a presença de dor ao engolir, pus na garganta, aumento dos gânglios linfáticos, febre e desconforto. A presença de coriza, tosse e congestão nasal associada à dor de garganta pode ser um bom sinal, já que a infecção por estreptococos geralmente se limita à garganta e não apresenta sintomas típicos de um resfriado.
Por Que é Importante Tratar a Infecção por Estreptococos o Mais Rápido Possível?
Se os sintomas indicarem uma infecção por estreptococos, é crucial iniciar o tratamento o mais rápido possível. A infecção por estreptococos pode levar a complicações sérias que afetam o coração, os rins e até mesmo o sistema nervoso. As complicações incluem Febre Reumática, Glomerulonefrite e Síndrome Pandas.
A Febre Reumática Como Resultado da Infecção por Estreptococos
A Febre Reumática é uma das complicações mais graves da infecção por estreptococos. Esta síndrome é caracterizada por cardite, ou inflamação do coração, o que pode causar falta de ar, dispneia, sopro cardíaco e arritmia. Outros sintomas incluem artrites, coreia (movimentos involuntários resultantes da inflamação do sistema nervoso) e lesões cutâneas avermelhadas. Cerca de 3% dos casos de faringoamigdalite por infecção de estreptococos evoluem para febre reumática devido à falta de tratamento adequado.
Glomerulonefrite: Outra Consequência da Infecção por Estreptococos
A Glomerulonefrite, uma infecção dos rins, é outra consequência comum da infecção por estreptococos. Este quadro clínico pode evoluir para uma insuficiência renal aguda, necessitando de internação hospitalar e tratamento com antibióticos.
A Prevenção é o Melhor Remédio
Perante os riscos apresentados pela infecção por estreptococos, a Dra. Adami enfatiza a importância de se prevenir contra essas doenças. Quando os sintomas de faringite e amigdalite se apresentam, é crucial procurar assistência médica o mais rápido possível.
Finalmente, é importante lembrar que o diagnóstico de infecção por estreptococos é fácil de ser feito hoje em dia. Existem testes rápidos disponíveis que são realizados a partir da secreção da garganta, bem como culturas bacterianas que também permitem a identificação. O tratamento, por sua vez, é feito com antibióticos, e quanto mais cedo for iniciado, melhor serão os resultados.