Presidente da Petrobras reclama de preço final nos postos
Em uma análise mais profunda da situação, Jean Paul Prates expressou sua insatisfação, principalmente com os postos de bandeira BR, ressaltando que estes costumam demorar para repassar a redução dos preços aos consumidores
Em uma situação recente, que chama a atenção dos consumidores brasileiros e incita um diálogo aberto sobre os preços dos combustíveis, Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, emitiu uma declaração repleta de críticas.
No centro do debate, a demora dos postos de combustíveis em reduzir sua margem de lucro, mesmo após a estatal brasileira anunciar queda nos preços do diesel e da gasolina. Prates classificou tal cenário como “chato” durante entrevista concedida à GloboNews na última quarta-feira (17).
Em uma análise mais profunda da situação, ele expressou sua insatisfação, principalmente com os postos de bandeira BR, ressaltando que estes, mesmo não pertencendo mais à petrolífera, costumam demorar para repassar a redução dos preços aos consumidores.
Para ilustrar ainda mais sua frustração, Prates disse: “É chato, porque a Petrobras na porta da refinaria reduz o preço, e depois aparece alguém no posto e diz: ‘não chegou aqui’“. Ele adicionou que a participação da Petrobras no preço final do diesel é de 51%, enquanto na gasolina e no GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) é de um terço. O restante do valor cobrado ao consumidor se deve a outros componentes, que são fiscalizados por diferentes instâncias.
Na última terça-feira (16), a Petrobras anunciou uma redução significativa nos preços do diesel, gasolina e GLP. Mais especificamente, o preço por litro da gasolina caiu R$0,40 (-12,6%), enquanto o diesel A caiu R$0,44 por litro (-12,8%). Já o GLP (gás de cozinha) teve uma redução de R$8,97 por botijão de 13 kgs, o que representa uma queda de 21,3%.
Brendon Rodrigues, Head de inovação e portfólio na ValeCard, empresa especializada na gestão de frotas, pontuou sobre o impacto dessa medida no bolso do consumidor. Segundo ele, o efeito dessa ação ainda deve demorar a ser percebido. “Quando ocorre um aumento de preço, o repasse para os consumidores acontece quase que de imediato. Mas em casos de redução, como este, por questões de estoque e mediação de preço, estima-se que leve até 15 dias para que haja um reflexo relevante nas bombas”, explica.
Diante dessa circunstância, Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, afirmou na quarta-feira (17) que a Agência Nacional de Petróleo (ANP) irá fiscalizar os postos de gasolina para garantir a efetiva redução dos preços dos combustíveis nas bombas.
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) também vai atuar de perto nessa questão, monitorando a redução dos preços nos postos. Esta conjuntura reforça a necessidade de uma maior transparência na cadeia de combustíveis, o que é essencial para garantir que o consumidor não seja prejudicado.