Quase 42% da população do RN está inadimplente
De acordo com o último Mapa da Inadimplência, divulgado pelo Serasa nesta quinta-feira (23), cerca de 41,5% da população do Rio Grande do Norte está inadimplente. Apesar de estar abaixo da média nacional, que é de 43,94%, o número é considerado preocupantemente elevado. Essa realidade reflete os desafios econômicos enfrentados pelos brasileiros.
Para os potiguares que estão com dívidas em atraso, o pagamento do 13º salário, cuja primeira parcela deve ser paga até o dia 30 de novembro, representa uma oportunidade de ouro para abater ou quitar as dívidas que se acumularam ao longo do ano. Este benefício, garantido por lei aos trabalhadores com carteira assinada, surge como um alívio financeiro no final do ano.
De acordo com uma estimativa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o 13º salário deve injetar aproximadamente R$ 291 bilhões na economia brasileira. Esse valor, correspondente a 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, demonstra a significativa contribuição desse pagamento para a movimentação financeira do país.
Segundo Erlivaldo Bandeira, especialista em investimentos e consultor de negócios da Central Sicredi Nordeste, o direcionamento do 13º salário varia conforme a situação financeira e os objetivos de cada trabalhador. No entanto, ele salienta que a prioridade deve ser sempre a quitação das dívidas. “Para quem está endividado – e especialmente para os inadimplentes (como mostra o último Mapa da Inadimplência) -, o décimo terceiro deve ser prioritariamente destinado ao pagamento de dívidas pendentes, e não para fazer novos compromissos financeiros”, explica Erlivaldo.
Questionado pelo N10 se para aqueles que não estão endividados, o 13º salário pode ser uma oportunidade para planejar o futuro financeiro, o especialista acrescenta. “Iniciar um plano de investimentos ou criar uma reserva de emergência são opções inteligentes para utilizar o décimo terceiro com sabedoria”, destaca. Essa perspectiva de longo prazo é crucial para uma saúde financeira sustentável.
Erlivaldo também comentou sobre o uso do 13º para compras de final de ano. “Para quem vai às compras, o melhor é pagar à vista, evitando ao máximo o parcelamento”, aconselha. Ele destaca que o consumo consciente é fundamental, principalmente em períodos de promoções como a Black Friday e o Natal, quando as ofertas são tentadoras, mas podem levar a gastos descontrolados.
“Planeje suas compras de final de ano dando preferência para compras à vista e evitando o uso excessivo do cartão de crédito”, recomenda. “Caso precise parcelar, esteja ciente de que isso comprometerá parte do seu orçamento nos meses seguintes. Por isso, quanto menor o número de parcelas, melhor”, aconselha o especialista.
Além disso, Erlivaldo sugere que os consumidores façam uma pesquisa prévia dos itens que desejam adquirir. “Esse é o momento em que é essencial pesquisar e planejar para economizar e evitar sustos financeiros no ano seguinte”, afirma.
“É preciso ter um orçamento bem definido para que você tenha uma noção clara do que pode gastar, listando todas as despesas e prioridades. Assim, você evita gastar mais do que pode”, conclui.
A inadimplência, um problema recorrente no Brasil, é amplificada pela falta de educação financeira. É essencial que os brasileiros, neste caso em especial, os potiguares, sejam incentivados a gerir melhor suas finanças. O 13º salário, nesse contexto, não é apenas um bônus de final de ano, mas uma ferramenta valiosa para reestruturar dívidas, investir no futuro e, até mesmo, para desfrutar de um merecido descanso sem comprometer a saúde financeira.