Seca no Amazonas: Alckmin anuncia obras de dragagem e reforço de brigadistas
Acompanhado da comitiva de ministros que vai avaliar a situação de estiagem que atinge 58 municípios do Amazonas, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, já está em Manaus. A comitiva chegou em Manaus por volta das 10h e foi direto visitar as áreas afetadas pela seca, como o Porto da capital amazonense. A estiagem diminuiu o nível do rio, formando bancos de areia e dificultando a navegação. Também está prevista reunião com autoridades locais para debater as medidas anunciadas.
Entre essas iniciativas, se encontram a realização de duas obras de dragagem, uma no Rio Solimões e outra no Rio Madeira, para recuperar a capacidade de navegação de ambos. A primeira obra terá oito quilômetros de extensão, com duração de 30 dias e custo de R$ 38 milhões. A segunda, de 12 quilômetros, terá duração de 45 dias e custo de R$ 100 milhões. Além do Amazonas, também sofrem com a estiagem Rondônia e Acre. Cerca de 500 mil pessoas na região foram afetadas. A viagem presidencial ocorreu a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que se recupera de uma cirurgia.
Segundo as informações divulgadas através da vice-presidência, participam da comitiva a Manaus os ministros Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança Climática), Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Alexandre Silveira (Minas e Energia), José Mucio Monteiro (Defesa) e a secretária executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Fernanda Machiaveli. Além de representantes dos ministérios da Saúde, Desenvolvimento Social, Secretaria de Relações Institucionais (SRI) e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit).
Seca no Amazonas
O escoamento que afeta cerca de 200 mil pessoas no estado, tem provocado deslizamentos de terra, morte de animais e o esvaziamento de rios. Os dados constam no boletim da estiagem divulgado pelo Governo do Amazonas. Até as 17h da última terça-feira (03), o estado somou 24 municípios em situação de emergência, 34 cidades em alerta, 2 em atenção e 2 em normalidade.
Cidades em emergência no Amazonas: Maués, Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Humaitá, Amaturá, São Paulo de Olivença, Santo Antônio do Içá, Tonantins, Tabatinga, Manaus, Manaquiri, Iranduba, Envira, Itamarati, Eirunepé, Ipixuna, Tefé, Coari, Jutaí, Maraã, Uarini, Alvarães, Fonte Boa e Pauini.
Cidades em alerta no Amazonas: Anamã, Anori, Caapiranga, Careiro, Careiro da Várzea, Codajás, Manacapuru, Novo Airão, São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro, Barcelos, Boca do Acre, Tapauá, Beruri, Manicoré, Novo Aripuanã, Nova Olinda do Norte, Borba, Guajará, Carauari, Juruá, Japurá, Barreirinha, Boa Vista do Ramos, Nhamundá, Urucará, São Sebastião do Uatumã, Parintins, Rio Preto da Eva, Itacoatiara, Silves, Itapiranga, Urucurituba, Autazes.
Em atenção no Amazonas: Lábrea e Canutama.
Em normalidade no Amazonas: Presidente Figueiredo e Apuí.
Novas carcaças de botos são encontradas
No Amazonas, o grupo emergencial de acompanhamento e retirada dos botos do Lago Tefé, no Amazonas, encontrou mais cinco carcaças desses animais, segundo balanço divulgado pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá na noite da última terça-feira (03).
As carcaças foram encaminhadas para necropsia. Até o momento, as altas temperaturas na região estão sendo apontadas como a principal causa da morte de mais de 125 botos no Lago Tefé. “O Grupo de Resgate de Animais em Desastres (Grad), não identificou nenhum boto vivo com alteração comportamental que necessitasse de resgate. Mas ficou em alerta próximo à região onde foram encontrados dois novos botos mortos por volta das 2h”, informou o instituto.
A mobilização, iniciada no fim de semana, ocorreu após a morte de mais de 100 mamíferos aquáticos, como o boto vermelho e o tucuxi, que viviam no local. No sábado (30), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) enviou equipes de veterinários e servidores do seu Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA). E da Divisão de Emergência Ambiental para apurar as causas da mortandade extrema desses animais.
Vila Arumã ‘some do mapa’ após barranco desabar
Uma vila no interior do Amazonas chamada de Arumã, sumiu do mapa após o desabamento de um barranco. Até o momento, houve a confirmação de um óbito e quatro desaparecimentos, mas o Corpo de Bombeiros estima que ao menos 200 pessoas foram afetadas pelo processo de erosão.
A comunidade rural em questão ficava em Beruri, cidade amazonense que fica a 173 quilômetros de distância da capital do estado, Manaus. Onde antes havia ruas, casas e estabelecimentos, agora existe apenas lama e escombros. O deslizamento, que aconteceu no último sábado (30), se deu em virtude denominado “terras caídas”, que geralmente acontece no período de seca dos rios.
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) enviou cerca de 150 cestas básicas, 100 garrafões de água de 20 litros, 180 frangos, e 150 kits de higiene pessoal aos desabrigados. Grande parte dos então moradores da vila de Arumã se encontram na comunidade vizinha.