Ciclone deixa mais de 20 mortos e causa estragos no Sul do Brasil
O ciclone extratropical que atingiu o Sul do Brasil nesta semana já deixou 22 mortos e centenas de desabrigados, além de causar sérios danos em diferentes regiões. Este fenômeno climático, que se formou no último domingo (3), apresenta o maior número de mortes já registrado no estado do Rio Grande do Sul em eventos climáticos.
Até a data de terça-feira (5), foram registradas 21 mortes somente no Rio Grande do Sul. Em Muçum, município localizado no centro do estado, ocorreram 15 das 21 mortes, enquanto outras seis foram registradas nos municípios de Mato Castelhano, Passo Fundo, Ibiraiaras e Estrela. Em Santa Catarina, um homem perdeu a vida em Jupiá quando seu carro foi atingido por uma árvore durante uma ventania que atingiu velocidades de 110 km/h.
A Defesa Civil dos dois estados afetados informa sobre os perigos de inundações e deslizamentos de terra. Em diversas cidades do Rio Grande do Sul, como Muçum e Lajeado, o Rio Taquari inundou áreas residenciais e comerciais, permanecendo acima das cotas de inundação. A situação também é preocupante no Rio Caí, que já ultrapassou os níveis seguros nas cidades de São Sebastião do Caí e Montenegro.
Ambos os estados afetados registraram inúmeros danos materiais, incluindo a destruição de casas, queda de árvores e inundações. No balanço mais recente, a Defesa Civil gaúcha registrou 62 municípios afetados e estimou que cerca de 25.734 pessoas foram afetadas. Ainda no âmbito de estragos, cerca de 309 casas foram destelhadas e três foram completamente destruídas.
Mobilização
Em resposta à crise, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, salientou que o foco atual é evitar mais perdas humanas e destacou o trabalho de resgate das equipes do governo. “Os esforços estão concentrados em salvar vidas, no resgate e na proteção das pessoas. Desde as 7h da manhã, assim que houve condições de voo, os helicópteros do governo do Estado se mobilizaram para fazer os resgates nas comunidades mais afetadas, especialmente na região do Vale do Taquari”, destacou o governador.
Além disso, o Presidente Lula manifestou solidariedade às vítimas e anunciou que autoridades federais visitarão o estado para oferecer suporte.
A Polícia Rodoviária Federal e o Exército brasileiro enviaram aeronaves e embarcações para apoiar as operações de resgate nas áreas mais atingidas. Os helicópteros têm se concentrado especialmente na região do Vale do Taquari, uma das áreas mais afetadas pelo ciclone e pelas inundações.
Previsões Climáticas
De acordo com a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, há previsão de mais chuvas para os próximos dias, o que pode agravar ainda mais a situação. Portanto, as autoridades estão em estado de alerta máximo e continuam a monitorar a situação em tempo real.
Em Lajeado, a situação é ainda mais complicada devido à falta de serviços de internet e telefonia. O prefeito Marcelo Caumo descreveu a situação como delicada e mencionou que a cidade está enfrentando uma das piores enchentes da sua história.
Em um momento de desespero, a comunidade local também está fazendo a sua parte. A prefeitura de Roca Sales pediu, por meio de redes sociais, que as pessoas que tivessem barcos auxiliassem no resgate de vítimas ilhadas pelas enchentes.
Os ciclones extratropicais são fenômenos meteorológicos caracterizados por um centro de baixa pressão atmosférica. Associado a esse fenômeno, há a presença de uma frente fria. Quanto mais baixa a pressão do ar em seu interior, mais fortes são os ventos causados pelos ciclones.