Bolsonaro, Michelle, Cid e mais 5 depõem à PF simultaneamente sobre joias sauditas

Nesta quinta-feira (31) a Polícia Federal (PF) ouve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente Mauro Cid, o pai, o general da reserva Mauro Lourena Cid, os advogados Frederic Wassef e Fabio Wajngarten e dois ex-auxiliares de Bolsonaro, Marcelo Câmara e Osmar Crivelatti.

A PF pediu que houvesse a oitiva simultânea na semana passada, com o objetivo de evitar que os envolvidos conversem sobre as informações prestadas à autoridade e combinem versões. Eles serão ouvidos no caso que investiga o suposto desvio de joias e presentes recebidos pelo ex-presidente para venda nos Estados Unidos. Descoberto nas investigações que levaram à Operação Lucas 12:2, desencadeada pela autoridade há quase três semanas.

O ex-presidente Jair Bolsonaro seria ouvido ainda no inquérito que investiga a suposta disseminação de fake news em mensagens enviadas a empresários. No entanto, a defesa dele pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que o depoimento seja adiado por não ter tido acesso aos autos. Bolsonaro deve ser questionado sobre até que ponto tem participação no caso após a Polícia Federal apurar que joias e presentes teriam saído do país no final do ano passado em um avião oficial que o levou aos Estados Unidos.

A defesa de Bolsonaro tem negado todas as irregularidades e colocou o sigilo bancário dele à disposição do STF após Moraes ter autorizado o acesso aos dados. Os advogados alegão que os presentes eram itens personalíssimos e, portanto. Não haveria irregularidades numa suposta venda. O esquema, segundo a PF, era supostamente operacionalizado por Mauro Cid e o pai, Lourena Cid.

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O depoimento de Mauro Cid é o segundo apenas nesta semana e vem de uma sequência de oitivas. Na última segunda-feira (28) ele foi ouvido por mais de 10 horas pela Polícia Federal. O conteúdo das declarações está em sigilo e não foi divulgado.

Entenda convocação de Michelle Bolsonaro

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro foi convocada a depor após ter seu nome citado em conversas sobre um suposto presente desaparecido, referente ao período entre a viagem do casal aos EUA em 30 de dezembro de 2022 e a operação de resgate em março. O desaparecimento deste presente provocou preocupações e esforços para recuperá-lo. Especialmente após as joias apreendidas no aeroporto de Guarulhos ganharem destaque na mídia.

Nos diálogos, pode-se perceber que Cid e Marcelo Câmara expressam inquietação quanto ao sumiço do presente de “Dona Michelle”. Outros citados nas investigações incluem os colegas de Cid na Ajudância de Ordens, Osmar Crivelatti e Marcelo Câmara. Além dos advogados de Bolsonaro, Frederick Wassef e Fabio Wajngarten.

As mensagens destacam a operação de resgate dos presentes e levantam questões sobre quem estava coordenando esses esforços. Wassef, responsável por recomprar e trazer ao Brasil um dos presentes, um relógio da marca Rolex, inicialmente negou conhecimento, mas posteriormente admitiu a participação.

Ele eximiu Bolsonaro e Cid de qualquer envolvimento direto. Wajngarten, por sua vez, não atuou diretamente, mas foi identificado em mensagens pressionando o ex-presidente a antecipar a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) e devolver os presentes.

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