“Uma afronta”: Proposta de reajuste de 1% incomoda servidores públicos federais
Esther Dweck, ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos conseguiu reservar no Orçamento da União a previsão de R$ 1,5 bilhão para a concessão de reajuste aos servidores públicos do Executivo federal em 2024, o que corresponderia a apenas 1% de correção salarial no ano que vem. A informação foi confirmada através das entidades representativas do funcionalismo público pelo secretário de Relações de Trabalho do MGI, José Lopez Feijóo, na quarta rodada da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) que aconteceu nesta terça-feira (29), em Brasília (DF).
Ao ser pressionado, o representante do governo federal afirmou que se o governo conseguir abrir espaço orçamentário, será possível ampliar um pouco a proposta. Já em resposta, Rudinei Marques, presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado, disse que o governo deveria apresentar uma proposta minimamente razoável.
“Falar em 1% para quem tem perdas acumuladas superiores a 30% é uma afronta a 1,2 milhão de servidores ativos, aposentados e pensionistas, muitos endividados pelo congelamento salarial imposto nos últimos anos. A atitude despertou a ira do funcionalismo” afirmou.
Governo retoma a Mesa Nacional de Negociação Permanente
A MNNP esteve suspensa durante todo o governo de Jair Bolsonaro (PL). Foi retomada neste ano e resultou na correção de 9% para os servidores federais em 2023.
Na última reunião realizada pela Mesa Nacional de Negociação Permanente, há alguns dias, representantes do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos alegaram que a pasta não apresentaria um percentual de aumento aos servidores federais até que o novo arcabouço fiscal fosse aprovado, o que aconteceu na terça-feira passada (22).
O governo deverá enviar até quinta-feira (31) a proposta de Orçamento da União referente à 2024 para a Câmara dos Deputados. O texto vai incluir a despesa prevista com o reajuste do funcionalismo público.