CPMI do 8 de janeiro quebra sigilo de Carla Zambelli, Delgatti e reconvoca Mauro Cid
Na manhã desta quinta-feira (24) a CPI dos Atos Golpistas do 8 de janeiro aprovou os requerimentos para determinar a quebra de sigilos bancário e telemático da deputada federal Carla Zambelli (PL–SP) e do hacker Walter Delgatti Neto. Além disso, também foi aprovada a reconvocação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Entre os requerimentos aprovados estão:
- Quebra do sigilo telefônico e telemático da deputada Carla Zambelli (PL-SP)
- Relatório de Inteligência Financeira (RIF) da deputada Carla Zambelli
- Quebra do sigilo telefônico e telemático de Bruno Zambelli, irmão da deputada
- Quebra do sigilo telefônico e telemático de Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor de Bolsonaro
- Quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático do hacker Walter Delgatti Neto
- Reconvocação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
- Quebra de sigilo telemático, telefônico, bancário e fiscal de Osmar Crivelatti, assessor de Bolsonaro
- Convocação de Osmar Crivelatti
- Quebra de sigilo telemático, telefônico, bancário e fiscal de Marcelo Câmara, assessor de Bolsonaro
- Pedido ao Exército para que forneça processos, sindicâncias e inquéritos instaurados para investigar militares que deveriam ter protegido o Palácio do Planalto
A soma total foi de 29 requerimentos para quebra de sigilo e 17 de acesso a Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs).
Carla Zambelli e Delgatti
Passou a ser defendida a quebra de sigilos de Carla Zambelli após ela ser apontada pelo hacker Walter Delgatti Neto, durante seu depoimento à comissão, como responsável por ordenar uma invasão a sistemas do Judiciário.
Além disso, Carla Zambelli também teria intermediado uma reunião entre Delgatti e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na qual eles teriam discutido como seria possível fraudar o código-fonte das urnas eletrônicas, antes das eleições do ano passado. Com isso, a quebra de sigilo de Carla Zambelli foi motivo de bate-boca entre parlamentares da base e da oposição na última terça-feira (22).
Os aliados de Bolsonaro eram contra a medida e queriam apenas a convocação de Carla Zambelli. A discussão levou ao cancelamento da sessão da última terça-feira (22). Porém, na última quarta-feira (23) o presidente da CPI, deputado Arthur Maia (União-BA), pautou o requerimento. “Eu penso que, depois daquele depoimento do hacker, é importante que isso seja colocado, né? Haviam vários requerimentos nesta direção (de quebra de sigilo de Carla Zambelli)”, afirmou.
Entenda a reconvocação de Mauro Cid
Após as situações envolvendo Carla Zambelli, o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, já foi convocado a depor á CPI para explicar sobre as mensagens encontradas em seu celular com teor golpista. Na ocasião, porém, ficou em silêncio. Desde então, apareceram informações de que Cid teria atuado para tentar vender joias recebidas pelo governo brasileiro em viagens oficiais.
Diante disso, integrantes da CPI passaram a defender que ele preste um novo depoimento. Caso Cid fique em silêncio novamente precisará acionar mais uma vez o STF. Nesta quinta, ele também prestou depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do DF.
Ex-assessor de Bolsonaro se diz arrependido sobre 8/1
Ainda nesta quinta-feira, o sargento da reserva Luís Marcos dos Reis, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), afirmou que se arrepende de ter comparecido aos atos do 8 de Janeiro. Em depoimento na CPMI que investiga o episódio, ele declarou que, na data, estava acompanhado da mulher e de um de seus filhos.
“Esse realmente foi um ato impensável, mas eu subi, tirei foto. As fotos estão no meu celular com a Polícia Federal. Realmente, foi um momento impensável. Se a senhora me perguntar se eu me arrependi, arrependi, mas não tinha ninguém ali embaixo falando: ‘Não pode subir’”, relatou.
Durante seu depoimento, Reis negou ter falsificado os cartões de vacinação. Também negou ter feito depósitos para Bolsonaro e para a ex-primeira-dama Michelle. “Eu, pessoalmente, nunca fiz nenhum depósito […] Nem na conta da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro nem na conta do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro”, afirmou.