Haddad afirma que governo vai buscar solução para baixar juros do cartão de crédito rotativo

Na manhã desta quarta-feira (2) o ministro da Fazenda Fernando Haddad, afirmou que o governo federal vai buscar uma solução em até 90 dias para baixar os juros cobrados no rotativo do cartão de crédito, hoje em 437,3% ao ano. De acordo com ele, o atual patamar do índice é “uma vergonha”.

“Há um compromisso do governo de, até no máximo o fim do ano, alguma coisa em torno de 90 dias, nós darmos uma solução para a questão do crédito rotativo, que hoje é o maior problema de juros do país. Quando você fica inadimplente, fica em uma roda-viva da qual não consegue sair”, afirmou Haddad em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

“Hoje, varejo, governo e os bancos estão sentando em uma mesa com o compromisso de resolver de uma vez por todas esse problema. Que é um problema grave para as famílias brasileiras. Não tem razoabilidade. Vamos tomar providências”, complementou o ministro da Fazenda.

Haddad ainda comentou que é necessário fazer uma transição para um sistema que seja mais saudável para não levar os brasileiros ao endividamento. “Mesmo caindo muito, ele vai continuar alto por um tempo, até a gente cumprir uma transição”, começou.

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“O que vamos contratar com o sistema bancário é uma transição para um sistema que seja mais saudável que esse. Que está prejudicando a parte mais frágil da sociedade, que é aquela que por uma ocorrência qualquer não conseguiu honrar um compromisso”, afirmou.

“Se você parcela e paga em dia, ok. Você está salvo. Mas, se você tiver uma ocorrência qualquer, e a gente está cheia de imprevistos na vida, e não consegue pagar a parcela do cartão, você cai nesse juro absurdo. E aí, como que a pessoa vai sair pagando 400% ao ano?”, complementou o ministro.

Taxa básica de juros

Ainda nesta quarta-feira durante a live ‘Bom dia, Ministro’ Fernando Haddad afirmou que “certamente vai começar a acontecer hoje” o ciclo de cortes da taxa básica de juros, que será decidido na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

A reunião acontecerá durante a tarde para decidir o rumo da Selic, atualmente em 13,75% ao ano. O ministro afirmou que há condições para um corte de ao menos 0,5 ponto percentual, mas falou na possibilidade de uma redução de até 0,75 ponto.

“Tudo isso aponta, em uma direção técnica, para um corte mais consistente. Hoje, o mercado está tendendo mais para 0,5 ponto do que para qualquer outro número. Lembrando que tem gente do mercado, gente que está lá operando fundos bilionários, apostando inclusive num corte de 0,75 ponto”, afirmou durante a live.

O ministro reforçou que há um “espaço importante para a queda” dos juros, diante da trajetória de queda na inflação. “Quando cai a taxa básica de juros, o que certamente vai começar a acontecer hoje, você tem uma perspectiva de diminuição do juro futuro e as empresas vão começar a captar mais barato. No final, isso acaba chegando ao consumidor”, finalizou.

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