Oposição ganha força para pedir impeachment de Ministro do STF
Na próxima quarta-feira (19) será apresentado através dos políticos da oposição um pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso por crime de responsabilidade. Na última quarta-feira (12) Barroso falou contra o bolsonarismo durante um evento realizado na UNE (União Nacional dos Estudantes).
“Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”, afirmou Barroso em declaração que culminou para o pedido do impeachmant.
De acordo com o líder da Oposição na Câmara, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) o presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) prevaricará e será “conivente com o desprezo pela Constituição”, caso não aceite o pedido de impeachment contra o ministro do STF. Vale lembrar que o Senado Federal é responsável direto por votar o pedido contra um ministro da Suprema Corte.
Deputados da oposição alegam que o magistrado precisa ser investigado por crime previsto na Lei 1.079 de 1950. Que proíbe o ministro do Supremo de exercer atividade político-partidária. Porém o presidente do Senado indicou que um pedido de impeachment não deve avançar na Casa.
Durante uma entrevista concedida a jornalistas Pacheco afirmou que a declaração foi “infeliz” e “inadequada“. Mas que um impeachment é “sempre uma ruptura” e “algo muito negativo”.
Vale lembrar que Barroso já havia se pronunciado sobre sua fala. Segundo o magistrado ela foi relacionada “ao voto popular e não à atuação de qualquer instituição”. O ministro ainda fez questão de enfatizar que jamais teve a intenção de “ofender os 58 milhões de eleitores do ex-presidente nem criticar uma visão de mundo conservadora e democrática, que é legítima”.
Cresce número de assinaturas em favor do impeachment contra Barroso
O número de assinaturas contra Luís Roberto Barroso, está em crescimento, deputados federais se mostram cada vez mais a favor do impeachment. E a oposição liderada na Câmara por Carlos Jordy (PL-RJ) tem como objetivo protocolar o pedido e realizar uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (19). Quando espera ter mais de 100 adesões entre senadores e deputados.
Além disso, Jordy já deixou claro que qualquer possibilidade de recuo é nula diante das intervenções de Pacheco e do pedido de desculpas apresentado por Barroso através de uma nota. “O comportamento de Barroso, para mim, é uma tentativa de nos fazer de palhaços. Todos sabem que ele sempre foi arrogante com qualquer aliado do presidente Bolsonaro e com os conservadores”, afirmou.
De acordo com o deputado, não se pode acreditar na teoria de que a fala de Barroso tenha sido um ato falho. “Isso não convence. Não vamos recuar, pois a população está observando e indignada com a postura de um magistrado que demonstra ter um lado, quando deveria ser imparcial”, disse o bolsonarista.
“Se algum senador quer minimizar essa situação, lamento dizer que a população não concorda, e vamos prosseguir com o protocolo do pedido de impeachment”, finalizou.