Com mudanças na demografia brasileira, população jovem entra em declínio
Brasil não é mais um país de jovens: fatia da população com menos de 30 anos cai a menos da metade
O Brasil, tradicionalmente conhecido por sua juventude vibrante, está passando por uma transformação demográfica significativa. A população jovem, que costumava ser a força motriz da nação, está em um declínio acentuado, caindo para menos da metade em uma década. Em contraste, o país está testemunhando um rápido envelhecimento de sua população. Os dados divulgados nesta sexta-feira (16) pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) confirmam esta tendência.
A juventude brasileira encolhe
O Brasil, outrora um país predominantemente jovem, está passando por uma metamorfose demográfica. De acordo com o IBGE, a fatia da população com menos de 30 anos caiu de forma impressionante. Em 2012, esse grupo etário compunha quase metade da população (49,9%). No entanto, a taxa diminuiu para 43,3% em 2022. Paralelamente, a porcentagem de idosos, definidos aqui como aqueles com 60 anos ou mais, aumentou de 11,3% para 15,1% no mesmo período.
A variação na demografia regional: O Norte permanece jovem, enquanto o Sul e o Sudeste envelhecem
Quando olhamos para as tendências regionais, a situação torna-se ainda mais intrigante. A região Norte mantém uma alta concentração populacional de grupos de idade mais jovem, contrastando com o Sul e o Sudeste, que registram a maior proporção de idosos. Em números absolutos, a população com 65 anos ou mais representava 10,5% do total em 2022, um salto notável em relação a 2012, quando essa taxa era de 7,7%.
A população adulta: um segmento em ascensão
A população adulta entre 30 e 64 anos também tem demonstrado um crescimento notável. Este segmento demográfico aumentou de 42,4% em 2012 para 46,1% em 2022. No entanto, como mencionado anteriormente, a população jovem sofreu uma redução significativa. A faixa etária de 18 a 29 anos diminuiu de 20,9% para 18,7%, enquanto a porcentagem de pessoas com menos de 18 anos caiu de 29% para 24,6%.
Grupo Etário | Percentual em 2012 | Percentual em 2022 |
---|---|---|
Menos de 18 anos | 29% | 24.6% |
18 a 29 anos | 20.9% | 18.7% |
30 a 64 anos | 42.4% | 46.1% |
65 anos ou mais | 7.7% | 10.5% |
“Observando-se a pirâmide etária da população brasileira, entre 2012 e 2022, [nota-se] o alargamento do topo [onde estão representados os mais idosos] e o estreitamento da base”, disse o pesquisador do IBGE Gustavo Fonte.
Como a mudança demográfica está redefinindo as regiões brasileiras
As grandes regiões do Brasil também estão passando por suas próprias transformações demográficas. O Norte e o Centro-Oeste ampliaram sua participação na população total. O Norte subiu de 8,3% em 2012 para 8,8% em 2022, enquanto o Centro-Oeste saltou de 7,4% para 7,8%. No entanto, o Sul manteve sua proporção de 14,3%, enquanto o Nordeste e o Sudeste viram uma leve queda em suas participações.
O bônus demográfico perdido: uma oportunidade desperdiçada
Um dos aspectos mais preocupantes dessa mudança demográfica é o desperdício do chamado “bônus demográfico”. Este é um período em que a proporção de população em idade ativa (entre 15 e 64 anos) é maior do que a população inativa (idosos e crianças), proporcionando uma janela de oportunidade para impulsionar o crescimento econômico. No entanto, esta janela está se fechando no Brasil, e o país não conseguiu aproveitar essa oportunidade.
Conclusão: enfrentando a nova realidade demográfica
Os dados emergentes sobre a demografia do Brasil apresentam um desafio e uma oportunidade. Enquanto o declínio da população jovem e o rápido envelhecimento podem trazer desafios, eles também podem abrir novas oportunidades para estratégias de desenvolvimento e políticas públicas. Como os dados atuais são baseados no Censo de 2010, o Censo Demográfico de 2022 será crucial para atualizar essas projeções e entender a realidade brasileira com maior precisão.