Itep identifica última das quatro ossadas encontradas no RN: criança de 4 anos
Apesar dos avanços tecnológicos e científicos, a causa da morte das vítimas ainda é desconhecida
O avanço da tecnologia tem sido fundamental na elucidação de diversos casos policiais ao redor do mundo. No município de Lagoa Salgada, na região Agreste potiguar, a ciência foi essencial para identificar as quatro ossadas humanas localizadas em fevereiro em uma área de mata da zona rural. A informação foi confirmada pelo Instituto Técnico-Científico de Perícia (ITEP) nesta sexta-feira (26).
A última ossada identificada, por meio do exame de DNA, pertencia à criança Evani Costa da Silva, que tinha apenas quatro anos na época de seu desaparecimento, ocorrido no final de julho de 2022. Essa constatação só foi possível graças à tecnologia de extração automatizada Maxwell, utilizada no método de análise das amostras, que eram fragmentos de ossos do fêmur e crânio.
O papel da tecnologia na investigação criminal
A extração automatizada Maxwell é uma importante ferramenta no campo da biotecnologia forense. Ela permite um estudo mais detalhado e preciso das amostras, potencializando as possibilidades de identificação mesmo em casos de extrema complexidade.
No caso de Lagoa Salgada, essa tecnologia já tinha contribuído para a identificação das outras três vítimas: Evanikele Francisca Costa de Rocha, 36 anos; Eloísa Rocha da Silva, três anos; e João Vitor Costa Rocha, seis anos. Assim como Evani, essas três pessoas também haviam desaparecido em julho de 2022.
Descoberta das ossadas e o papel da ciência
As ossadas foram encontradas em fevereiro deste ano. Inicialmente, a análise dos crânios indicava ser de três crianças e um adulto. A partir daí, a Polícia Civil levantou a suspeita de que essas ossadas pudessem ser de uma família desaparecida desde julho de 2022.
A confirmação dessa hipótese só veio em abril, quando, a partir do resultado de exames de DNA e laudo antropológico, o ITEP confirmou que três das quatro ossadas encontradas pertenciam à mãe e aos filhos desaparecidos.
A causa da morte ainda é um mistério
Apesar dos avanços tecnológicos e científicos, a causa da morte das vítimas ainda é desconhecida. O laudo do setor de Antropologia e Arqueologia Forense do ITEP não conseguiu determinar a causa, devido à ausência de lesões ósseas que pudessem indicar tal informação.
Elaine Cunha, chefe do Núcleo de Antropologia e Arqueologia Forense (NAF) do ITEP, ressalta o trabalho minucioso realizado: “Conseguimos recuperar boa parte dos ossos das quatro pessoas, fizemos um estudo minucioso, mas não identificamos qualquer tipo de lesão óssea que possa determinar a causa da morte”.