Frente pró direitos LGBTQIAP+ é aprovada por parlamentares

''Não podemos mais aceitar ser tratados como cidadãos de segunda classe ou sermos representados apenas nas manchetes policiais, nos relatórios de morte e violência'' , diz deputada federal Erika Hilton.

A Câmara dos Deputados recebeu nesta quarta-feira (17), dia que é comemorado o ”Dia Internacional da Luta contra a Homofobia”, um protocolo de criação da Frente Parlamentar em Defesa da Cidadania e dos Direitos da Comunidade LGBTQIAP+.

Deste modo, a iniciativa de Erika Hilton (PSOL), deputada federal de São Paulo, contou com o apoio de mais de 210 deputados e senadores só em seu lançamento.

Hoje em suas redes sociais a deputada comemorou o sucesso da frente parlamentar mista, visto que foram meses de mobilização para conseguirem o feito. Com isso, a parlamentar presidenta e Daiana Santos (PCdoB), deputada federal do Rio Grande do Sul, será sua vice.

Publicação de Erika Hilton. Reprodução/Instagram @hiltonerika

A frente será lançada no mês de junho, em que será comemorado o dia do Orgulho LGBTQIAP+ (no dia 26 de junho).

Deputada Erika Hilton comemora ”Dia Internacional da Luta contra a Homofobia”

O dia 17 de maio foi escolhido pela comunidade LGBTQIAP+ porque foi a mesma data em que a Organização Mundial de Saúde retirou a homossexualidade da lista de doenças.

Erika Hilton publicou um vídeo em comemoração a data, no entanto, destacou que apesar da comunidade ter avançado e conquistado alguns direitos, estamos patinando quando se trata da construção da dignidade.

Pronunciamento de Erika Hilton neste 17 de maio, dia da luta contra a LGBTfobia. Reprodução/Instagram @hilton_erika

Hilton desabafa no vídeo que o parlamento brasileiro permanece omisso frente aos casos de execuções brutais de LGBTS e também negando a discussão de direitos para a comunidade. Além disso, a deputada disse: ”Na data de hoje lembramos toda nossa ancestralidade de luta, mas também fazemos um convite à provocação, a provocação de que é preciso tensionar pra que avancemos na sociedade”.

Além disso, prosseguiu dizendo que não hesitarão em apresentar propostas que possam discutir a dignidade e os direitos LGBTS: ”Aqui na câmara federal não hesitaremos em apresentar projetos de lei, frentes parlamentares, audiências públicas, seminários pra que se discuta a dignidade da população LGBT e que possamos garantir no Brasil comida, moradia, educação e saúde pra nós. Não podemos mais aceitar ser tratados como cidadãos de segunda classe ou sermos representados apenas nas manchetes policiais, nos relatórios de morte e violência” ,disse Erika Hilton.

Primeira deputada trans do nosso país, Erika Hilton também fez questão de ressaltar que a comunidade LGBTQIAP+ deseja ser representada não apenas em manchetes com conotação negativa, e sim em todos os âmbitos sociais: ”Nós queremos nos ver representados e estar em todo o conjunto da sociedade, é preciso que haja LGBTs na política, na academia, na universidade, nas artes, na cultura, na filosofia e pra isso é preciso projetos políticos fortes A data de hoje não é apenas uma data de celebração, mas é uma data de construção, é uma data de disputa da sociedade.”

Por fim, é importante ressaltar que muitos relatórios anuais apontam que o Brasil segue sendo o primeiro país do mundo que mais mata pessoas LGBTS. Deste modo, é extremamente necessário que continuemos reivindicando nossos direitos e também o respeito dentro da sociedade.

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