Bolsonaro depôs hoje na sede da Polícia Federal
Ex-presidente apresentou sua versão, alegando que o tenente-coronel Mauro Cid (PL) tinha acesso ao seu celular
Nesta terça-feira (16), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) depôs na sede da Polícia Federal a respeito da falsificação dos cartões vacinais.
Deste modo, seu depoimento (que teve início às 13h) durou 3 horas, finalizando apenas 17:20.
Sendo assim, respondendo 60 perguntas, este foi o depoimento mais longo do ex-presidente – visto que ele já depôs mais outras três vezes nos últimos 40 dias. Posteriormente, após sua equipe revisar o depoimento, Bolsonaro também deixou o local sem falar com a imprensa.
Além disso, seus advogados também negaram trocar palavras com os jornalistas, alegando que estavam atrasados para pegar um voo.
Com isso, o ex-presidente apresentou a sua versão, alegando que o tenente-coronel Mauro Cid (PL) tinha acesso ao seu celular e que mexia no aparelho dele sem permissão.
Vale a pena ressaltar que Bolsonaro estaria envolvido em recentes polêmicas envolvendo joias que vieram da Arábia Saudita.
Bolsonaro teria emitido certificados de vacinação anteriormente
Porém, a documentação que embasava a prisão de pessoas próximas a Bolsonaro (liberada por Alexandre de Moraes) relevou que ele teria emitido quatro certificados de vacinação contra COVID-19 no aplicativo Conecte SUS. Contudo, as versões atuais fornecidas por ele não coincidem com as que foram apuradas pela Polícia Federal.
Dentre os quatro certificados, três foram emitidos ano passado na conta do SUS do próprio ex-presidente antes dele embarcar para Orlando. Com isso, teriam sido emitidos nos dias 22,27 e 30 de dezembro de 2022.
No entanto, segundo investigações realizadas pela Polícia Federal, antes mesmo dele deixar o cargo de presidente, o e-mail para acessar o aplicativo do ConecteSUS constava o nome de Cid. Apenas posteriormente, no dia 30 mais precisamente, que o e-mail foi alterado e passou a ter como responsável Marcelo Costa Câmara, assessor especial do ex-presidente da República.
Enfermeira do Rio de Janeiro também depôs hoje e falou sobre o caso da falsificação
A enfermeira Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, chefe da Central de Vacinação do RJ, afirmou em seu depoimento que teria emprestado a senha para João Brecha, secretário de governo da cidade, para que só então ele pudesse apagar os registros de vacinação do ex-presidente.
No entanto, a enfermeira confessou não ter visto o pedido de Brecha com maus olhos, não desconfiando do que poderia acontecer. Com isso, em 21 de dezembro de 2022 consta que ele tomou duas doses da vacina – sendo uma em agosto e outra em outubro-.
Já no dia 22 de dezembro de 2022, um certificado de vacinação foi emitido no Palácio. Então, logo em seguida, após cinco dias de uma nova emissão, um usuário de mesmo nome de Silva teria apagado o registro, justificando engano.