Michelle Bolsonaro está envolvida em esquema de rachadinha

De acordo com as investigações, há registros de conversas entre Mauro e Michelle Bolsonaro que comprovem a suspeita

Nesta segunda-feira (15), a Polícia Federal deu prosseguimento às investigações a respeito do tenente-coronel Mauro Cid, enquanto esteve no cargo de ex-ajudante de ordens durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por estar supostamente envolvido em esquema de rachadinha (ou seja, o repasse de parte do salário de assessores para parlamentar ou secretária após um acordo).

Além disso, de acordo com as investigações, há registros de conversas entre Mauro e Michelle Bolsonaro que comprovem a suspeita. Mauro Cid está preso desde o dia 03 deste mês, suspeito também de estar envolvido na falsificação de cartões de vacinação.

Inclusive, na conversa estão anexados comprovantes de depósitos realizados por Mauro – em dinheiro vivo – , que teriam sido destinados para Michelle (os comprovantes foram enviados pela assessoria de Michelle).

A Polícia Federal identificou seis comprovantes de depósitos feitos por Mauro Cid para Michelle entre março e maio de 2021, totalizando R$ 8,6 mil. Além disso, seis depósitos foram encontrados – também no mesmo período-, só que totalizando R$ 8.520 para Maria Helena Braga, que é casada com o tio de Michelle Bolsonaro.

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O que diz a Polícia Federal?

Esses depósitos ocorreram predominantemente de forma fracionada, ou seja, o depositante ao invés de utilizar um único envelope com a quantia desejada, fracionou o valor total em dois envelopes distintos, realizando os depósitos de forma sucessiva em curto espaço temporal (minutos)” ,contou a Polícia Federal.

No entanto, a defesa tanto do ex presidente Bolsonaro como de Michelle relatou que não houve nenhum tipo de irregularidade, afirmando ter convicção de que os pagamentos referentes ao dia a dia da família eram feitos com recursos próprios.

Ademais, Fábio Wajngarten, ex-secretário de comunicação do governo do ex-presidente também se pronunciou a respeito. Ele afirmou que tanto pequenos fornecedores como prestadores de serviço informais recebiam em espécie, com o objetivo de proteger a privacidade de Bolsonaro.

Fábio relatou que com essa maneira de recebimento, eles evitavam não só a exposição desnecessária como também possíveis riscos de fraude.

Desvio de dinheiro público

Em um relatório ao Supremo Tribunal Federal, a Polícia Federal disse que percebeu indícios de desvio de dinheiro público.

Vale a pena ressaltar que em 2022, Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), havia autorizado a quebra tanto do sigilo fiscal como telemático de sete pessoas, com o objetivo de verificar irregularidades presentes nas transações.

A investigação teve início ainda em 2021, após as mensagens de Mauro Cid virem à tona. O tenente-coronel foi suspeito de vazar dados sigilosos de uma apuração ainda não concluída pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o intuito de atacar o sistema eleitoral.

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