Iraniana é baleada pela polícia por supostamente dirigir sem véu
Mulher teve pulmão perfurado e medula espinhal danificada.
Uma mulher iraniana foi baleada pela polícia e ficou paralisada após ser acusada de violar as rigorosas leis sobre o uso do hijab enquanto dirigia. Arezoo Badri, mãe de dois filhos, estava voltando para casa na cidade de Noor, no norte do Irã, em 22 de julho, quando seu carro foi denunciado às autoridades.
De acordo com fontes de direitos humanos citadas pelo jornal “The Guardian“, Badri foi alvo de um disparo após não ter obedecido à ordem de parada emitida pelos policiais. A denúncia, supostamente motivada por registros anteriores de Badri dirigindo sem o véu islâmico, resultou em uma operação policial que terminou de forma trágica.
Fontes próximas ao caso relataram à BBC que, durante a abordagem, um policial atirou primeiramente no pneu do veículo, mas, em seguida, disparou diretamente contra Badri, atingindo seu pulmão e causando danos graves à sua medula espinhal, o que a deixou paralisada.
Este incidente ocorre em um contexto de repressão intensificada no Irã contra mulheres que desrespeitam as regras do código de vestimenta obrigatório, que inclui o uso do hijab. As autoridades iranianas recentemente ampliaram as medidas de controle, utilizando câmeras de segurança para monitorar motoristas e confiscar veículos de mulheres que não cumprem a legislação.
A repressão no país ganhou nova dimensão após a morte de Mahsa Amini em 2022, uma jovem que foi detida pela polícia moral do Irã por supostamente usar o véu de maneira inadequada. A morte de Amini gerou uma onda de protestos e trouxe atenção internacional para as rígidas imposições feitas às mulheres no Irã.
O caso de Arezoo Badri destaca a gravidade das consequências enfrentadas por mulheres que desafiam o regime iraniano em relação ao uso do hijab, mostrando como as políticas de controle do corpo feminino podem resultar em tragédias pessoais de grande magnitude.