Biden retira candidatura e apoia Kamala Harris; Trump declara que será fácil derrotá-la
O presidente Joe Biden anunciou sua retirada da corrida presidencial de 2024, apoiando Kamala Harris como candidata democrata.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou neste domingo (21) que não buscará a reeleição, mudando drasticamente o panorama político a apenas quatro meses das eleições presidenciais de novembro. A decisão, comunicada por meio de uma postagem online, surpreendeu tanto aliados quanto opositores, gerando uma onda de reações no cenário político nacional e internacional.
Biden afirmou que, embora tenha sido sua intenção inicial buscar um segundo mandato, ele acredita que se retirar da corrida é “o melhor para o partido e para o país“. Em sua declaração, Biden destacou: “Foi a maior honra da minha vida servir como seu presidente. E embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que é do interesse do meu partido e do meu país que eu me retire.“
Apoio a Kamala Harris
Logo após seu anúncio, Biden declarou seu apoio à vice-presidente Kamala Harris como candidata do Partido Democrata para as eleições presidenciais. “Minha primeira decisão como candidato do partido em 2020 foi escolher Kamala Harris como minha vice-presidente. E foi a melhor decisão que tomei“, afirmou Biden em sua conta no X (antigo Twitter). “Hoje, quero oferecer meu total apoio e endosso a Kamala para ser a candidata de nosso partido este ano.“
Kamala Harris, que já havia sido alvo de especulações como sucessora de Biden, agora se torna a principal candidata democrata. Harris, primeira mulher negra e de ascendência sul-asiática a ocupar o cargo de vice-presidente, tem uma trajetória marcada por importantes conquistas, começando como promotora no condado de Alameda, passando pelo cargo de procuradora-geral da Califórnia, até se tornar senadora por este estado.
Bill Clinton e Hillary Clinton apoiam a candidatura democrata de Kamala Harris para concorrer às eleições presidenciais dos EUA “Unimo-nos a milhões de americanos para agradecer ao presidente Biden por tudo o que conquistou, defendendo os EUA repetidamente […] Estamos honrados. nos uniremos ao presidente em seu apoio à vice-presidente Harris e faremos tudo o que pudermos para apoiá-la”, diz sua mensagem no X.
A retirada de Biden gerou diversas reações entre os políticos americanos e internacionais. O ex-presidente Donald Trump, em uma ligação telefônica com a CNN, declarou que será mais fácil derrotar Kamala Harris do que Joe Biden nas urnas. Trump, que também expressou suas opiniões na rede social Truth Social, afirmou: “Biden não era apto para se candidatar à presidência e, certamente, não é apto para exercer o cargo, e nunca foi.“
No Congresso dos Estados Unidos, o presidente da Câmara de Representantes, Mike Johnson, solicitou a renúncia de Biden, argumentando que, se Biden não é apto para se candidatar, também não deveria continuar como presidente. Em contrapartida, figuras proeminentes do Partido Democrata, como Nancy Pelosi e Chuck Schumer, elogiaram o legado de Biden, destacando sua dedicação ao país.
A decisão de Biden também teve repercussão internacional. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, declarou respeitar a decisão de Biden e afirmou estar ansioso para trabalhar em conjunto até o final do mandato do presidente. Do lado russo, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, expressou dúvidas sobre se a decisão foi realmente de Biden, sugerindo a possibilidade de manipulação política nos bastidores.
Processo de nomeação democrata
Com a saída de Biden, o Partido Democrata enfrenta um desafio significativo para escolher um novo candidato. A Convenção Nacional Democrata, que ocorrerá de 19 a 22 de agosto em Chicago, será agora um evento aberto, onde os delegados votarão para decidir o novo candidato presidencial. Kamala Harris, apesar de ser a favorita de Biden, precisará garantir o apoio de quase 4.000 delegados e de cerca de 700 superdelegados, que incluem ex-presidentes, líderes do partido e funcionários eleitos.
A liderança democrata terá que agir rapidamente para encontrar um candidato que possa unir o partido e mobilizar os eleitores nas eleições de novembro. O processo, descrito pelo presidente do Comitê Nacional Democrata, Jaime Harrison, como “transparente e ordenado”, será crucial para garantir que os democratas tenham uma chance contra Donald Trump.
Harris, que enfrenta desafios significativos devido a seus baixos índices de aprovação, tem a vantagem de acessar os fundos de campanha arrecadados em conjunto com Biden, totalizando mais de 240 milhões de dólares. No entanto, a convenção poderá ver a emergência de outros candidatos, como os governadores Gavin Newsom, da Califórnia, e Gretchen Whitmer, de Michigan, que já foram citados como possíveis concorrentes.
Outros possíveis candidatos incluem:
- Pete Buttigieg, Secretário de Transportes;
- Josh Shapiro, governador da Pensilvânia;
- Jay Robert Pritzker, governador de Illinois;
- Andy Beshear, governador de Kentucky;
- Wes Moore, governador de Maryland;
- Os senadores Amy Klobuchar, Cory Booker e Raphael Warnock;
- Michelle Obama, esposa do 44º presidente dos EUA.