Coreia do Norte condena exercício militar trilateral ‘Freedom Edge’ de EUA, Japão e Coreia do Sul
Pyongyang classificou exercício como provocação militar e ameaça à soberania, prometendo contramedidas ofensivas.
O Japão, a Coreia do Sul e os Estados Unidos iniciaram na última quinta-feira, 27 de junho de 2024, o exercício militar trilateral multi-domínio denominado ‘Freedom Edge’. Este exercício, que se estende até o dia 29 de junho, foi anunciado durante a Cúpula de Camp David em agosto de 2023 e reafirmado na reunião ministerial de defesa durante o Diálogo Shangri-La em junho deste ano.
O ‘Freedom Edge’ tem como objetivo promover a interoperabilidade entre as forças dos três países e proteger a liberdade para garantir a paz e a estabilidade na região do Indo-Pacífico, incluindo a Península Coreana. A operação envolve múltiplos navios e aeronaves das três nações. Participam do exercício os navios japoneses JS ISE e JS ATAGO, e aeronaves P-1; os navios sul-coreanos ROKS Seoae-Ryu-Seong-ryong e ROKS Kang-Gam-Chan, além das aeronaves P-3, Lynx e KF-16; e, dos EUA, o USS Theodore Roosevelt, USS Halsey, USS Daniel Inouye, aeronaves P-8, F/A-18, E-2D e MH-60.
As atividades do ‘Freedom Edge’ incluem Defesa Cooperativa contra Mísseis Balísticos, Defesa Aérea, Guerra Anti-Submarina, Busca e Resgate, Interdição Marítima e Treinamento de Defesa Cibernética. Este é o primeiro de uma série de exercícios que serão ampliados nas futuras edições para reforçar a cooperação trilateral.
Resposta da Coreia do Norte
Em resposta ao início do exercício, a Coreia do Norte emitiu um comunicado oficial neste sábado (29) condenando veementemente a realização do ‘Freedom Edge’. Segundo Pyongyang, embora Japão, Coreia do Sul e EUA já tenham realizado vários exercícios militares conjuntos, esta é a primeira vez que uma operação de tal magnitude é realizada com uma designação específica.
A Coreia do Norte afirmou que os três países estão realizando demonstrações militares provocativas e imprudentes que visam pressionar a Rússia e cercar a China. Pyongyang acusou os EUA de tentar criar um bloco militar semelhante à OTAN no Indo-Pacífico, uma estratégia que considera uma ameaça à soberania dos países da região.
O regime norte-coreano advertiu que “tais manobras militares irresponsáveis terão consequências fatais“. No comunicado, Pyongyang destacou que a “regularização desses exercícios trilaterais demonstra a intenção dos EUA de garantir sua hegemonia global, utilizando Japão e Coreia do Sul como parceiros estratégicos“.
A Coreia do Norte declarou que tomará “contramedidas ofensivas e esmagadoras” para proteger a soberania da nação e sua segurança. O comunicado enfatiza que o fortalecimento contínuo da aliança militar trilateral representa um perigo real, especialmente por sua capacidade de integrar operações em diversos domínios, como terrestre, marítimo, aéreo e cibernético.