Vladimir Putin toma posse para novo mandato na Rússia em meio a críticas internacionais
Sua gestão tem sido marcada por um esforço contínuo de reconstruir o poder russo e a dominação sobre os países vizinhos que eram parte da União Soviética.
Em uma cerimônia realizada no Gran Palacio del Kremlin em Moscou, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, foi empossado para seu quinto mandato presidencial nesta terça-feira (7). A solenidade, que contou com a presença de representantes da Assembleia Federal, juízes do Tribunal Constitucional e figuras proeminentes da sociedade russa, foi marcada por boicotes de vários países ocidentais, incluindo os Estados Unidos e a maioria dos países da União Europeia.
Putin, de 71 anos, lidera a Rússia desde o início do milênio, alternando cargos entre presidente e primeiro-ministro. Durante sua nova posse, que ocorre após uma eleição em março classificada como “não livre e justa” por observadores internacionais, Putin jurou “respeitar e proteger os direitos e liberdades do homem e do cidadão” e afirmou que “a segurança e os interesses dos cidadãos russos serão a sua principal prioridade“.
O presidente russo prometeu que, apesar dos desafios atuais, incluindo as tensões geradas pela invasão da Ucrânia, a Rússia se tornaria “ainda mais forte“. As palavras de Putin vieram num momento de crescente isolamento internacional, com a Rússia sendo considerada um estado paria no Ocidente. A despeito disso, ele afirmou que o país está aberto ao desenvolvimento de relações com outros países que representem a “maioria do mundo“.
Os eventos ocorridos em Moscou coincidiram com declarações críticas de líderes exilados da oposição russa, como Yulia Navalnaya, que descreveu Putin como “um mentiroso, um ladrão e um assassino“. Este tipo de oposição sublinha a divisão entre a visão do governo e a de críticos do regime, especialmente no contexto do falecimento do líder da oposição Alexei Navalny, que morreu na prisão pouco antes das eleições de março.
Apesar dos boicotes internacionais e do clima de crítica, sete membros da União Europeia, incluindo França, Hungria e Eslováquia, decidiram enviar representantes para a cerimônia, mostrando uma divisão nas políticas de isolamento adotadas pelos países ocidentais.
Putin, que agora está configurado para permanecer no poder até 2030, já é o líder mais longevo do Kremlin desde Josef Stalin e, se continuar no poder até o fim de seu novo mandato, superará todos os líderes russos desde Catarina, a Grande. Sua gestão tem sido marcada por um esforço contínuo de reconstruir o poder russo e a dominação sobre os países vizinhos que eram parte da União Soviética.
Esta nova posse de Putin estabelece as tensões contínuas entre a Rússia e o Ocidente, com debates sobre segurança e estabilidade estratégica propostos, mas sempre sob a sombra da recente invasão à Ucrânia e das subsequentes sanções e críticas internacionais.
O futuro político da Rússia, sob a liderança de Putin, parece ser tanto de desafios internacionais quanto de promessas de fortalecimento interno, com um líder determinado a manter seu curso, independentemente das pressões externas e das críticas ao seu regime autoritário.