Israel desafia pressões dos EUA e aprova operação militar em Rafah
"Isto não demorará muito. Nada nos impedirá, nem os EUA, nem qualquer outra pressão", disse o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que os planos operativos para uma incursão militar terrestre em Rafah, localizada no sul da Faixa de Gaza, receberam aprovação do governo israelense. Esta operação, descrita como uma medida essencial para a segurança de Israel, prosseguirá apesar da pressão exercida pelos Estados Unidos, indicando uma postura firme contra as pressões internacionais.
Durante uma declaração, Netanyahu destacou que a operação em Rafah “requer certas preparações“, incluindo aspectos relacionados à evacuação e ajuda humanitária, sem especificar um cronograma detalhado para o início da incursão. O objetivo declarado é a destruição dos batalhões de Hamas em Rafah, descrito por Netanyahu como crucial para assegurar a vitória e neutralizar uma “ameaça existencial” para Israel. “Isto não demorará muito. Nada nos impedirá, nem os EUA, nem qualquer outra pressão”, disse.
A comunicação entre Israel e os Estados Unidos
Netanyahu expressou sua gratidão pelo apoio dos EUA a Israel, mas criticou a recente postura dos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU, onde se absteve de votar numa resolução sobre um cessar-fogo em Gaza, algo que o primeiro-ministro israelense considerou “deplorável“. Esta decisão é particularmente controversa devido à condição de que um cessar-fogo temporário não estivesse vinculado à liberação de reféns, um ponto que Netanyahu enfatizou em sua comunicação com o presidente dos EUA, Joe Biden.
Por outro lado, o presidente Biden expressou preocupação com os potenciais efeitos da operação em Rafah, destacando o risco de mais mortes civis e um possível aumento do isolamento internacional de Israel. O general Charles Brown Jr., chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, reiterou a posição dos EUA contra a ocorrência de vítimas civis massivas, tendo em conta as perdas já significativas no norte e centro da Faixa de Gaza devido às ofensivas israelenses anteriores.
Netanyahu enfatizou que a operação não foi atrasada devido ao Ramadã, pressão dos EUA, ou qualquer hesitação por parte de Israel. Pelo contrário, as preparações estão em curso para garantir que a operação seja conduzida com eficácia, incluindo a preparação para evacuação e assistência humanitária necessárias.
