Chefe da ONU destaca urgência da entrada de ajuda humanitária em Gaza
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, expressou preocupação e urgência ao chegar nesta sexta-feira (20) à fronteira entre o Egito e Gaza. Seu discurso em Rafah, do lado egípcio da divisória, trouxe à tona a grave situação dos 2 milhões de residentes da região, que, atualmente, enfrentam um cenário desolador sem combustível, alimentos e medicamentos.
De acordo com Guterres, as Nações Unidas têm trabalhado arduamente para garantir que a assistência necessária chegue a esses cidadãos. Guterres enfatizou a necessidade de movimentação rápida dos caminhões de ajuda. Ele expressou o imperativo de que o fornecimento seja diário, dada a dimensão do desastre humanitário em curso.
Em um tom grave, o secretário-geral salientou que esses comboios de ajuda representam a distinção entre “vida e morte”.
Esperança em negociações
Jens Laerke, do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU, mostrou-se otimista, indicando que um acordo sobre a entrega de auxílio está próximo. Este sentimento foi amplificado por Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, que, em suas redes sociais, reforçou a operação contínua da ONU em direção a Gaza.
Os efeitos devastadores do conflito são evidentes. O número de mortos, de acordo com Ocha, ultrapassou a marca de 3,7 mil em Gaza, incluindo pelo menos 1,5 mil crianças. Além disso, mais de 12 mil pessoas sofreram ferimentos.
A situação também é tensa na Cisjordânia ocupada, onde relatos indicam o assassinato de 79 palestinos pelas forças israelenses desde o início de outubro.
Estes dados gravemente alarmantes levaram líderes e entidades internacionais a pedir um cessar-fogo humanitário e um acesso “rápido e desimpedido” para que a ajuda possa alcançar aqueles em necessidade.
O sequestro de pelo menos 203 pessoas, incluindo israelenses e estrangeiros, adicionou outra camada de complexidade à crise. Guterres exortou o Hamas a libertar os reféns “imediatamente e incondicionalmente”. O sequestro, conforme indicado pelo escritório de direitos humanos da ONU, é claramente proibido pelo direito internacional.
Fim do conflito? A ofensiva de Israel
Na mais recente reviravolta, o exército de Israel alegou ter eliminado líderes significativos do Hamas. Estes eventos destacam a intensidade do conflito e as consequências potencialmente de longo alcance de cada ação tomada por ambos os lados.
O recente conflito entre Israel e o Hamas se desenrolou rapidamente desde 7 de outubro, quando o Hamas lançou um ataque contra Israel. Em resposta, Benjamin Netanyahu, declarando guerra contra o Hamas, ordenou bombardeios intensivos em Gaza. O Hamas retaliou com ameaças, enquanto Israel se preparava para uma invasão abrangente. Com quase 5.000 vidas perdidas até agora, a necessidade de uma solução diplomática nunca foi tão urgente.