China e EUA lançam nova corrida armamentista para desenvolver armas de IA
Em um cenário que mais parece ficção científica, a China e os Estados Unidos travam uma competição silenciosa, mas intensa, para desenvolver armamentos controlados por Inteligência Artificial (IA). Esta corrida tem potencial para redefinir o equilíbrio de poder no cenário mundial.
Christopher Alexander, diretor de análises da Pioneer Development Group, alerta para a magnitude do cenário: “A corrida com a China para construir sistemas de armas autônomas é o desafio de defesa que definirá os próximos 100 anos“. Suas palavras ressoam em um contexto onde a tecnologia militar tem evoluído em ritmo acelerado, uma realidade confirmada por um recente relatório da Reuters.
Duelo tecnológico entre gigantes
O documento, baseado em pesquisas do Special Competitive Studies Project, revela o empenho agressivo da China em avançar sua capacidade militar de IA. Este investimento chinês representa uma ameaça direta à paz e estabilidade mantida pelos Estados Unidos no Indo-Pacífico por quase oito décadas.
Contudo, assim como a corrida armamentista nuclear no passado, esta nova competição é repleta de perigos. Entre os desenvolvimentos estão os “robôs assassinos” – armas autônomas como submarinos, navios de guerra, caças, drones e veículos de combate.
Uma dessas inovações, o sistema “Ghost Sharks”, ilustra bem a revolução em andamento. Desenvolvido em parceria entre a Marinha Australiana e os EUA, trata-se de um submarino autônomo movido por IA, capaz de realizar manobras que seriam impossíveis para veículos militares convencionais.
Ziven Havens, diretor de políticas do Bull Moose Project, não deixa dúvidas sobre a magnitude da situação: “Estamos em uma nova corrida armamentista, mas desta vez contra a China“.
Riscos e implicações
No atual cenário global, um possível conflito militar em Taiwan destaca a necessidade premente de liderança tecnológica. Havens é enfático: “Se os EUA não liderarem o desenvolvimento desta tecnologia, o mundo se tornará mais perigoso para nós e nossos aliados“.
Phil Siegel, fundador do Center for Advanced Preparedness and Threat Response Simulation, destaca que a corrida pela IA não é exclusividade de EUA e China. No entanto, ele acredita que tratados internacionais poderão eventualmente regular o uso destas armas avançadas.
O relatório da Reuters também menciona drones letais com sistemas de IA capazes de realizar “micro-objetivação”, potencialmente atacando grupos específicos de uma população. Esta precisão na tomada de decisões, embora seja uma vantagem tática, também traz riscos éticos inegáveis.
Para Alexander, permanecer na vanguarda desta tecnologia é crucial. “Vencer esta corrida proporcionará aos EUA uma nova forma de dissuasão“, enfatizou. Ele argumenta que as capacidades autônomas podem compensar os desafios de recrutamento enfrentados pelas forças armadas americanas.