A guerra será “mortal” e “mudará a situação para sempre”, diz ministro da Defesa de Israel
Na tensa paisagem geopolítica do Oriente Médio, as recentes declarações do Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, ressaltam a gravidade da situação atual entre Israel e o Hamas. O ministro, em entrevista ao Times of Israel neste domingo (15), não poupou palavras ao descrever o conflito como uma “guerra dos filhos da luz contra os filhos das trevas“.
De acordo com Gallant, a guerra que se desenha promete ser “poderosa, mortífera, precisa” e trará mudanças permanentes ao cenário. Durante uma coletiva de imprensa em uma base militar perto da fronteira com a Faixa de Gaza, ele expressou claramente o objetivo de Israel: eliminar o Hamas. Ele descreveu o movimento como uma “cultura que não aceita” a existência do Estado de Israel e o acusou de serem “humanos selvagens, bestas” responsáveis pela morte de soldados e civis israelenses.
Entre os principais pontos de suas declarações, Gallant enfatizou:
- Determinação: O ministro israelense foi enfático ao dizer: “Chegaremos a todos os túneis, a todos os combatentes do Hamas, e até os eliminarmos, não terminaremos a missão“.
- Questão dos Reféns: Gallant também lembrou que entre 150 a 200 pessoas ainda são mantidas como reféns pelo Hamas na Faixa de Gaza. Ele prometeu fazer “todo o possível” para localizá-los, apesar da complexidade da situação.
O primeiro ministro israelense, Benjamín Netanyahu, também se pronunciou sobre o conflito, reafirmando a posição de Israel. Ele expressou determinação em destruir o Hamas, consolidando ainda mais a posição de confronto do país.
A origem do conflito recente
Os confrontos entre Israel e o Hamas se intensificaram no dia 7 de outubro, após ataques múltiplos aéreos e terrestres à Israel vindos da Faixa de Gaza. A origem desse agravamento pode ser traçada até o final de setembro, quando uma multidão de judeus ultranacionalistas ingressou à força no complexo da mesquita Al-Aqsa em Jerusalém, um espaço historicamente reservado para o culto muçulmano. Apesar das provocações, as autoridades israelenses inicialmente não reagiram às ações dos ultranacionalistas. Em retaliação aos ataques do Hamas, Netanyahu declarou estado de guerra, o primeiro desde 1973, e iniciou “operações militares importantes”.
O cenário em Israel, marcado pela tensão e agravamento das hostilidades, mostra um país à beira de uma guerra muito maior que, segundo seus líderes, mudará a região para sempre. Ambas as partes têm razões próprias e profundas para suas ações, mas o preço do conflito pode ser muito alto para ambos os lados.