Avião cai na Rússia: Yevgueni Prigozhin, chefe do grupo Wagner, estaria a bordo
Nesta quarta-feira (23), um avião se acidentou na província russa de Tver. Segundo o Ministério de Emergências russo, 10 pessoas estavam a bordo, incluindo 3 membros da tripulação. Relatos iniciais indicam que todas as vítimas podem ter falecido no acidente.
Com base nos dados fornecidos pelo Flightradar24, a aeronave era um Embraer 600 executivo com o número de série RA-02795. Seu destino era a viagem entre Moscou e São Petersburgo.
Um fato que intensificou o interesse midiático no incidente foi a informação da Agência Federal de Transporte Aéreo russa de que Yevgueni Prigozhin estava entre os passageiros. O nome é amplamente reconhecido, pois Prigozhin é o líder do grupo Wagner, uma organização militar privada.
Os boatos aumentaram quando relatos indicaram que Dmitri Utkin, um dos fundadores e comandantes do grupo Wagner, também estava a bordo. Por enquanto, contudo, as autoridades ainda não confirmaram oficialmente essas alegações.
Já foi iniciada uma investigação sobre as causas do acidente. No momento, muitos estão atentos aos próximos relatos, buscando entender se a queda está de alguma forma ligada às atividades recentes do grupo Wagner e de Prigozhin.
Yevgueni Prigozhin: O poder por trás do Grupo Wagner
Yevgeny Prigozhin, além de ser uma figura central do grupo Wagner, é um nome que tem desafiado a estabilidade política russa nos últimos meses. Em junho, ele foi visto como uma das maiores ameaças ao regime do presidente Vladimir Putin, quando mobilizou uma força mercenária de 25.000 homens a poucos quilômetros de Moscou.
Surpreendentemente, Prigozhin encerrou a operação, instruindo seus soldados a retornar e, posteriormente, exilou-se em Belarus.
Proclamações e vídeos provocativos
Poucos dias antes do trágico acidente, Prigozhin fez uma declaração audaciosa através de um vídeo no Telegram. Ele afirmou que o grupo Wagner, sua força mercenária, tinha como objetivo tornar a Rússia “maior” e a África “mais livre”.
No vídeo, ele elogiava as ações do Grupo Wagner, alegando que estavam conduzindo atividades de reconhecimento e busca, e “tornando a Rússia ainda mais grande em todos os continentes, e a África ainda mais livre“. Fazendo questão de mostrar-se em trajes militares, ele destacou a presença do grupo em território africano, afirmando estar combatendo ISIS, Al Qaeda e outros.
O grupo Wagner tem uma história repleta de controvérsias. Notadamente, eles têm estado ativos na República Centro-Africana, onde foram acusados de cometer abusos contra os direitos humanos. Desde 2014, o Kremlin usa o grupo Wagner como instrumento para expandir sua influência no Oriente Médio e na África.
Após meses criticando a atuação militar da Rússia na Ucrânia, Prigozhin pediu um levante armado. Um acordo posterior, intermediado pelo presidente bielorrusso Alexander Lukashenko, garantiu anistia a ele e seus combatentes, permitindo que se realocassem para Belarus.
Putin, por sua vez, rotulou Prigozhin como traidor durante os episódios de revolta e prometeu punições severas. No entanto, as acusações contra ele foram retiradas posteriormente, culminando em uma reunião de três horas entre Putin e líderes do grupo Wagner.
