Pets que costumam lamber muito a pele podem estar com algum problema de saúde
Identificar causas de lambedura excessiva em cães e gatos pode ajudar a prevenir problemas graves de saúde, afirma especialista. Condições como ansiedade, dermatites e má nutrição estão entre os principais motivos para esse comportamento.
A lambedura excessiva em pets é uma preocupação comum para muitos donos de animais de estimação e pode ter diversas causas. A afirmação é do médico-veterinário Johnatan Henrique Santos, Tutor de Práticas Veterinárias do Centro Médico Veterinário da Universidade Potiguar (UnP), que integra o Ecossistema Ânima.
Ao N10 Notícias, Santos explica que essa prática pode ser um indicativo de problemas como ansiedade e estresse, dermatites causadas por ácaros, fungos e bactérias, entre outros fatores. “A ansiedade e o estresse são condições que podem levar os animais a se lamberem compulsivamente durante períodos de ócio. Além disso, diversos tipos de dermatites, incluindo aquelas provocadas por ácaros, fungos e bactérias, também podem resultar em lambeduras excessivas e até mesmo em automutilação”, explica.
Ao observar que um pet está se lambendo excessivamente, é fundamental buscar atendimento veterinário imediatamente. Um diagnóstico precoce permite um tratamento eficaz e evita a piora do quadro clínico do animal. “O tratamento correto torna-se mais prático e rápido quando a causa base da lambedura é identificada rapidamente”, destaca Santos.
Feridas na pele dos pets são outro problema frequente e podem ser causadas por diferentes fatores. Reações alérgicas a picadas de ácaros, pulgas e carrapatos são comuns, especialmente em animais que não utilizam repelentes e têm acesso frequente à rua. “A má nutrição pode fragilizar a barreira cutânea, tornando a pele mais suscetível a lesões. Além disso, o excesso de banhos pode enfraquecer a barreira cutânea, causando atopia e facilitando infecções por fungos e bactérias”, detalha.
A rarefação de pelo (alopecia) em pets é uma condição que pode surgir por várias razões, incluindo má nutrição, infestação por ácaros, como o Demodex, dermatite fúngica (Dermatofitose) e imunossupressão por estresse. “O diagnóstico geralmente é feito por meio de exames como tricograma, a análise dos pelos, citologia e raspagem de pele, que ajudam a identificar a presença de fungos, ácaros ou bactérias patogênicas. O tratamento para a rarefação de pelo geralmente envolve banhos terapêuticos e medicamentos orais, como antifúngicos, acaricidas, antimicrobianos, corticoides e repositores da barreira cutânea”, diz o veterinário.
Distinguir entre uma coceira normal e um problema dermatológico que necessita de intervenção veterinária pode ser desafiador. Coceiras discretas podem ser causadas por nó nos pelos ou micro lesões. No entanto, se o pet apresenta pruridos constantes, mesmo sem lesões aparentes, é aconselhável procurar um veterinário para uma avaliação detalhada. “Isso ajuda a descartar possíveis patologias e a iniciar um tratamento adequado rapidamente”, esclarece o especialista.
Para manter a pele e o pelo dos pets saudáveis, é importante adotar práticas diárias de cuidado. Johnatan recomenda utilizar repelentes contra pulgas, ácaros e carrapatos, manter a higiene com banhos regulares e utilizar hidratantes e repositores da barreira cutânea.
“Além disso, enriquecer o ambiente do pet com brinquedos e atividades para evitar lesões de automutilação por estresse é crucial. Passeios frequentes também são importantes para a saúde física e mental dos animais de estimação”, reforça o Tutor de Práticas Veterinárias da UnP.