Estudo revela que 25% dos brasileiros já avaliam a compra de veículos elétricos
No Brasil a venda de veículos elétricos pode crescer, já que um quarto dos proprietários de carros no país consideraria migrar para esses novos modelos. De acordo com dados da ferramenta NPS Prism, da Bain & Company, pode-se afirmar que essa tendência é maior entre os donos de carros mais novos e de luxo.
Entre os países participantes (Brasil, Canadá, México, Estados Unidos e China), o nosso apresenta a maior taxa de consideração por veículos elétricos entre os 42% dos que pensam em mudar de veículo. Cerca de 61% consideram adquirir um elétrico, o que representa 25% dos entrevistados.
Ao enumerar os principais motivos que impulsionam a transição para os carros elétricos, os consumidores que têm intenção de comprar esse tipo de veículo citam o custo do combustível e o impacto ambiental, mencionados por 46% e 44% dos participantes, respectivamente. O interesse em experimentar novas tecnologias também surge como um fator relevante no Brasil, indicado como motivo por 27% dos clientes.
Porém, há uma parcela que ainda hesita em aderir aos veículos elétricos. O preço de compra se destaca como o principal obstáculo, com 43% dos entrevistados apontando esse fator como a razão pela qual não consideram a troca. A indisponibilidade da rede de recarga/carregamento e a falta de clareza sobre a tecnologia são o 2º e 3º motivos mais citados, indicados com uma frequência um pouco menor, com 33% e 28% das menções.
Ainda de acordo com o levantamento sobre os veículos elétricos, os proprietários que já possuem carros mais ecologicamente corretos têm maior probabilidade de considerar a mudança para um veículo elétrico. Embora esse não seja um dos cinco principais atributos levados em consideração na escolha de um automóvel. Para aqueles que dão grande importância à sustentabilidade, a probabilidade de considerar os veículos elétricos aumenta de forma significativa.
Como o Plano Verde do governo pode contribuir com os veículos elétricos
Em contato com o N10 notícias, os fundadores da startup Vammo de São Paulo, Billy Blaustein e o co-fundador e CEO Jack Sarvary, comentaram sobre o desenvolvimento do mercado de motos elétricas. “Achamos que o Plano Verde deveria apoiar a eletrificação das motos. O mercado de duas rodas no Brasil tem um alto potencial de crescimento. Uma vez que as motocicletas são o veículo motorizado mais acessível para quem não quer depender do transporte público”, começou Blaustein.
“Além disso, têm sido cada vez mais usadas para viabilizar o trabalho dos entregadores, que, na média, rodam muito mais que os motoristas de carro e, por isso, têm um potencial de poluição bem maior. Contudo, os carros elétricos se beneficiaram de uma redução de impostos de importação que as motos nunca tiveram. Por isso, as elétricas custam quase o dobro comparando com as movidas a combustão. O que dificulta muito a competição”, finalizou.
“Vemos que onde a descarbonização das frotas de duas rodas já acontece a passos largos, especialmente em países asiáticos, como Índia, Indonésia e Taiwan, o desenvolvimento de políticas públicas de incentivo à mobilidade elétrica foi crucial para o sucesso da empreitada. No Brasil, uma das maiores barreiras para a massificação das motos elétricas é a dependência de importações. As baterias, fabricadas em poucos países atualmente, poderiam começar a ser produzidas aqui. Ajudando a destravar o potencial que o Brasil tem para começar a transição energética da mobilidade. Com o tempo, a indústria local vai se desenvolver, porém, antes. Precisamos mostrar que a demanda existe”, complementou Sarvary .