Rio Grande do Norte será representado por 13 atletas nas Paralimpíadas de Paris
Atletas que integram a equipe norte-rio-grandense são praticantes do atletismo, goalball, bocha, paracanoagem, judô, natação e halterofilismo.
Na próxima quarta-feira, 28 de agosto, começarão os Jogos Paralímpicos de Paris, um dos eventos mais aguardados do calendário esportivo internacional. Este ano, o Rio Grande do Norte terá uma forte presença na competição, sendo representado por 13 atletas. Esse grupo inclui 12 esportistas beneficiados pelo programa Bolsa Atleta do Ministério do Esporte, um programa que tem sido importante para o desenvolvimento do esporte paralímpico no Brasil.
Essa será uma das maiores delegações brasileiras já enviadas para uma edição dos Jogos Paralímpicos fora do país. Ao todo, o Brasil estará representado por 280 atletas, dos quais 274 são contemplados pelo Bolsa Atleta, o que corresponde a 97,86% da delegação. Dentre esses bolsistas, mais de 63% recebem a Bolsa Atleta Pódio, que é a categoria mais alta do programa, destinada aos atletas com grandes chances de conquistar medalhas em competições internacionais.
No time do Rio Grande do Norte, cinco atletas competem no atletismo, que historicamente é a modalidade em que o Brasil mais conquistou medalhas em Paralimpíadas. Um dos destaques é Clara Daniele Barros da Silva, que começou no esporte aos 12 anos, praticando karatê. Clara tem uma trajetória diversificada, tendo praticado também goalball e judô antes de se dedicar ao atletismo em 2019. Seu guia nos Jogos será Efraim Elias de Andrade, que começou no atletismo em 2017 e hoje desempenha a importante função de guiar jovens atletas cegos, como Clara.
Outro nome forte da delegação é Jardênia Felix Barbosa da Silva, que migrou para o atletismo paralímpico em 2017, após um técnico observar seu potencial. Jardênia já conquistou importantes resultados em competições internacionais, como o bronze no salto em distância no Mundial Paris 2023 e outras medalhas em Tóquio 2020 e nos INAS Global Games 2019.
Maria Clara Augusto da Silva também se destaca no atletismo. Ela começou a praticar o esporte aos 11 anos em um projeto de sua cidade e, no ano seguinte, foi convidada para a seletiva das Paralimpíadas Escolares, onde conheceu o esporte paralímpico. Outra atleta do atletismo é Thalita Vitória Simplício da Silva, que iniciou sua jornada esportiva aos 15 anos em um projeto do Comitê Paralímpico Brasileiro. Thalita coleciona conquistas expressivas, incluindo ouro nos 400m e prata nos 200m no Mundial de Kobe 2024 e também no Parapan de Santiago 2023.
Mas o Rio Grande do Norte não brilha apenas no atletismo. Em outras modalidades, como a bocha, Iuri Tauan Saraiva da Silva representa o estado com força. Iuri começou na bocha após um convite de seu professor de natação e rapidamente se destacou nas Paralimpíadas Escolares, competindo de 2015 a 2019.
Na natação, o estado será representado por Adriana Gomes de Azevedo, que começou a nadar ainda criança e, em 2016, buscou novos desafios na paracanoagem. Já no goalball, o Rio Grande do Norte terá dois atletas de peso: Geovana Clara Costa de Moura, que conheceu o esporte por meio de um amigo e desde 2014 compete em alto nível, e Romário Diego Marques, que, após perder a visão aos oito anos, encontrou no goalball um caminho de superação e conquistas.
Maria Rizonaide da Silva, do halterofilismo, é outra atleta que merece destaque. Ela começou a praticar o esporte em 2011 e já conquistou diversas medalhas internacionais, como a prata nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023 e o ouro na Copa do Mundo de Dubai 2022. O judô também terá representantes potiguares em Paris, com Arthur Cavalcante da Silva e Rosicleide Silva de Andrade, ambos com histórias de superação e dedicação ao esporte. Arthur, que ficou cego aos 18 anos, começou a treinar judô na adolescência, enquanto Rosicleide, que nasceu prematura e com retinopatia, passou nove anos praticando balé antes de se dedicar ao judô a partir de 2014.
Por fim, a nadadora Cecília Kethlen Jeronimo de Araújo, que nasceu com paralisia cerebral, encontrou na natação uma forma de fisioterapia que se transformou em paixão. Cecília agora leva sua determinação para as águas de Paris.
O Rio Grande do Norte chega forte às Paralimpíadas de Paris, com uma delegação diversificada e atletas determinados a fazer história.
Bolsa Atleta
A maioria dos atletas que compõem a delegação paralímpica brasileira é beneficiária do programa Bolsa Atleta. O Bolsa Atleta é um dos maiores programas de patrocínio individual de atletas no mundo. Desde sua criação, em 2005, até junho de 2024, já foram investidos R$ 1,77 bilhão em seus beneficiários. Até hoje, 37.595 atletas foram contemplados, e 105 mil bolsas foram concedidas.
O programa garante condições mínimas para que atletas de alto desempenho — que obtêm bons resultados em competições nacionais e internacionais — possam se dedicar, com exclusividade e tranquilidade, ao treinamento e às competições locais, sul-americanas, pan-americanas, mundiais, olímpicas e paralímpicas.
A categoria Bolsa Pódio, a mais alta do programa, começou a ser paga a partir de 2013. Ela prevê repasses de até R$ 16.629,00 mensais e é destinada a atletas com grandes chances de conquistar medalhas em eventos internacionais, posicionados entre os 20 melhores do ranking mundial em suas modalidades.