Sem acordo, professores e técnicos-administrativos de federais completam um mês de greve
As categorias chegaram a receber uma nova proposta de reajuste salarial e reestruturação de carreiras da União. Porém, não as agradou.
Os professores federais e técnicos-administrativos já estão na quarta semana de greve, marcando a adesão de 47 Instituições Federais de Ensino (IFEs) ao movimento. A paralisação envolve 40 universidades federais, cinco institutos federais e dois Centros Federais de Educação Tecnológica. Ainda, outras quatro universidades têm previsão de iniciar a greve em maio. Até o momento, não há indicações de um acordo iminente com o governo.
As categorias receberam uma proposta do governo que inclui um reajuste salarial e uma reestruturação de carreiras. A oferta inclui um aumento salarial de 9% a partir de janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026, o que resultaria em um aumento cumulativo superior a 20% considerando o reajuste de 9% já aplicado no último ano.
No entanto, as entidades representativas ainda não aceitaram a proposta, demandando um reajuste de 22% até 2026, com incrementos anuais de 7,3%. A demora do governo em responder às demandas dos servidores tem sido uma fonte de frustração entre os grevistas, especialmente dado o compromisso do governo com a educação.
Negociações em andamento
Em resposta às reivindicações, os Ministérios da Gestão e da Educação destacaram a formação de um Grupo de Trabalho para a reestruturação do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação. O relatório do grupo foi entregue à ministra Esther Dweck e será usado para desenvolver a proposta final de reestruturação da carreira.
Além disso, foi enfatizado um aumento linear de 9% já concedido aos funcionários federais e um incremento de 50,1% no auxílio alimentação.
Mobilização contínua e dia nacional de luta
O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) está à frente do movimento, mantendo diálogo com professores de todo o país. Segundo Gustavo Seferian, presidente do Andes, os benefícios adicionais e as negociações salariais estão condicionados à não realização de greves e paralisações, que poderiam suspender as negociações.
No próximo dia 9 de maio, haverá o Dia Nacional de Luta em Defesa das Universidades, Institutos e Cefets. Ações e atividades serão organizadas em locais de trabalho por todo o país, visando exigir o fim das intervenções, a recomposição dos orçamentos e a igualdade de condições para ativos e aposentados. O conselho nacional do ANDES tem mobilizado os Comandos Locais de Greve e outras seções sindicais para fortalecer essa iniciativa.