Dona da Starbucks e Subway no Brasil pede recuperação judicial
A SouthRock Capital, conhecida por ser a operadora das populares redes Starbucks e Subway no Brasil, surpreendeu o mercado nesta terça-feira (31) ao anunciar seu pedido de recuperação judicial. Esse movimento surge em meio a uma dívida colossal, estimada em R$ 1,8 bilhão, conforme os registros protocolados na 1ª Vara de Falências da Justiça de São Paulo. Mas, afinal, quem é essa gigante que gere algumas das maiores marcas do mercado gastronômico no país? E o que, exatamente, significa recuperação judicial?
A história da SouthRock Capital
SouthRock foi fundada em 2015 e logo se especializou no desenvolvimento de restaurantes localizados em aeroportos, por meio da sua subsidiária, Brazil Airport Restaurants. Com o passar dos anos, a empresa expandiu seus horizontes e fechou parcerias estratégicas com grandes marcas globais. Em 2018, um acordo de licenciamento foi firmado com a Starbucks, tornando a SouthRock a operadora exclusiva dos estabelecimentos da marca no Brasil. O crescimento não parou por aí. Em maio de 2022, a gestora assumiu o comando das franquias Subway, uma rede que oferece sanduíches, wraps e saladas, marcando presença em quase 40 mil lojas mundialmente. Apenas no Brasil, a Subway possui mais de 1.600 estabelecimentos, consolidando sua posição como a maior empresa franqueada de alimentos e bebidas do país. A SouthRock não se limita apenas a essas duas marcas; sua atuação se estende também para Eataly e TGI Fridays.
Entendendo a recuperação judicial
O processo de recuperação judicial é uma ferramenta jurídica que empresas em dificuldades financeiras utilizam para renegociar suas dívidas, buscando reerguer-se e evitar a falência. No comunicado à imprensa, a SouthRock justificou essa decisão como uma estratégia para “proteger financeiramente suas operações no Brasil” e “ajustar seu modelo de negócio à atual realidade econômica”.
O cenário é complicado. A companhia cita que, ao longo dos últimos três anos, desde o início da pandemia de Covid-19, as varejistas têm lutado para manter suas operações. Atrelado a isso, vem questões como inflação e taxas de juros elevadas. Atualmente, a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, está em 12,75% ao ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central vai decidir nesta quarta, 1º de novembro, como ficará a taxa.
Os próximos passos da SouthRock
A empresa, que já havia contratado a consultoria Galeazzi & Associados neste mês, afirmou que busca reavaliar seu portfólio, o número de lojas operantes, o calendário de inaugurações e a relação com fornecedores e stakeholders. Além disso, está em pauta a possível reestruturação de sua equipe. O objetivo é claro: adaptar-se e sobreviver no difícil ambiente econômico atual.
Em nota, a SouthRock deixa evidente sua determinação em enfrentar essa fase desafiadora, reiterando seu compromisso de proteger as marcas que representa e garantir a operação de suas lojas. Além disso, enfatiza que, apesar da reestruturação, todas as marcas continuarão em funcionamento.
“A SouthRock segue comprometida em continuar trabalhando em estreita colaboração com seus parceiros comerciais para criar as condições necessárias para seguir desenvolvendo e expandindo todas as suas marcas no Brasil ao longo do tempo”.
Em meio a adversidades, a trajetória da SouthRock ressalta a importância da adaptabilidade e resiliência no mundo dos negócios.