Dona das Casas Bahia planeja fechar até 100 lojas e demitir 6 mil funcionários
A Via, proprietária das marcas Casas Bahia e Ponto (anteriormente conhecida como Ponto Frio), divulgou nesta quinta-feira (10) um novo plano estratégico que promete redefinir o cenário atual do grupo. Este plano engloba o fechamento de até 100 lojas ao longo deste ano e a decisão de demitir cerca de 6 mil funcionários.
Detalhes do plano de negócios
Com o objetivo de obter uma drástica redução no montante de até R$ 1 bilhão em seus estoques, a Via pretende repensar suas estratégias de captação de recursos, destinadas principalmente ao financiamento do crediário – uma popular forma de pagamento que a empresa oferece a seus clientes.
O presidente da Via, Renato Horta Franklin, destaca que a decisão de fechar lojas já foi iniciada. Dentro das expectativas, está o encerramento de atividades de 50 a 100 unidades. Ele ressaltou: “Esse ajuste das 100 lojas vai trazer uma liberação de estoques de R$ 200 milhões“.
A estratégia da Via, de agora em diante, é transferir produtos de menor lucratividade, em especial itens mais acessíveis, para sua plataforma de marketplace, mantendo nas lojas físicas apenas produtos de maior rentabilidade.
Mudanças na Alta Gestão e Estratégia Digital
Esta transformação não veio do nada. Ela segue uma mudança significativa na alta gestão da empresa ocorrida no segundo trimestre do ano. Franklin, que anteriormente fazia parte da empresa de aluguel de carros Movida, agora lidera a varejista, com Elcio Mitsuhiro, ex-Iochpe-Maxion e BRF, assumindo como diretor financeiro.
Franklin enfatizou que a Via já estava investindo em crescimento digital, abrindo novos canais e expandindo lojas, além de explorar o mundo das fintechs. “Nós entendemos que isso tudo foi feito. Construímos uma super plataforma, e ela já é grande“, afirmou.
Redução de investimentos e projeções futuras
A empresa anunciou um ambicioso plano de cortar seus investimentos em até 40%. Com as mudanças operacionais em andamento, a Via projeta um lucro líquido de R$ 1 bilhão, ainda sem uma data definida. No entanto, a companhia está otimista, prevendo ganhos substanciais até 2025, embora Mitsuhiro tenha sido cauteloso, comentando que “não é um plano que vai demorar até 2025”, sem especificar mais detalhes.
Fortalecendo a erstrutura de capital
Um foco central é a reestruturação na forma como a Via capta recursos. Atualmente, metade da exposição de crédito da empresa está ligada ao crediário. Mitsuhiro mencionou um plano ambicioso para introduzir a carteira de crediário no mercado de capitais, o que pode resultar em uma liberação de crédito de até R$ 5 bilhões.
Desafios e resultados do último trimestre
Infelizmente, essas mudanças chegam em meio a tempos turbulentos para a Via. No último trimestre, a empresa registrou um prejuízo de R$ 492 milhões. O balanço também mostrou uma receita em declínio, com uma queda no lucro Ebitda ajustado e receita líquida diminuída.
A Via está navegando por águas turbulentas, mas com uma estratégia clara em mente e uma equipe de gestão rejuvenescida. Acompanharemos de perto as próximas etapas desta gigante do varejo brasileiro.