Expectativa de redução da Selic e mudanças no MCMV impulsionam financiamento imobiliário
O cenário econômico brasileiro está em um momento de mudanças significativas que podem acender a esperança de muitos brasileiros que buscam realizar o sonho da casa própria. A expectativa de uma redução na taxa Selic, juntamente com alterações no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), está estimulando o setor de financiamento imobiliário.
O Papel da Taxa Selic na Economia
O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano, nível que se mantém desde agosto do ano passado. No entanto, a novidade é que, diferentemente dos comunicados anteriores, o comitê não sinalizou a possibilidade de um aumento da Selic na próxima reunião. Para o mercado, isso é um indicativo de que a taxa poderá começar a cair a partir de agosto deste ano.
A taxa Selic é a taxa básica de juros do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia. Utilizada pelo Banco Central para influenciar as demais taxas de juros do país, é um instrumento crucial para controle da inflação e do consumo. Quando a economia está em uma situação favorável e há espaço para aumento de circulação de moeda e consumo, a taxa Selic tende a diminuir.
Implicações para o Mercado Imobiliário
O cenário de possível redução da Selic é favorável ao aquecimento do mercado imobiliário. Isso implica que imóveis com valores a partir de R$ 250 mil, incluindo os imóveis do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV), do governo federal, serão mais acessíveis para financiamento.
O vice-presidente comercial da Lyx Participações e Empreendimentos, Paulo Antonio Kucher, destaca o papel da Selic no setor imobiliário. “A Selic é a taxa que regula todas as demais taxas econômicas do Brasil. Quando ela sobe, os demais juros do mercado tendem a subir. Quando ela cai, os juros de produtos financeiros tendem a acompanhar“, afirma.
Alterações no Programa Minha Casa, Minha Vida
Além das mudanças na Selic, a recente alteração no programa Minha Casa, Minha Vida, deve impulsionar ainda mais o setor de financiamento imobiliário. Os imóveis da faixa 3 do programa, destinados a famílias com renda entre R$ 4,4 mil e R$ 8 mil por mês, tiveram seu valor máximo ampliado de R$ 264 mil para R$ 350 mil. Já os imóveis das faixas 1 e 2, para famílias com renda entre R$ 2,6 e R$ 4,4 mil reais, passam de um teto de R$ 190 mil para R$ 264 mil.
Essas mudanças devem ampliar o número de famílias elegíveis para o programa e, consequentemente, aumentar a demanda por financiamento imobiliário. Além disso, o subsídio oferecido pelo programa foi ampliado, passando de 47,7 mil para até 55 mil reais, tornando a compra da casa própria ainda mais acessível.
As Perspectivas para o Futuro
As projeções para os imóveis do MCMV são positivas, visto que a taxa de juros é calculada com base na renda bruta do grupo familiar interessado em adquirir o imóvel. O MCMV foi formatado para oferecer financiamento imobiliário para famílias com renda mensal variando entre R$ 1,8 mil e R$ 8 mil. Com as recentes mudanças anunciadas pelo Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, a procura por esse modelo deve aumentar.
Kucher destaca que os aluguéis são corrigidos pelo IGPM, taxa que está bem mais agressiva do que a Selic. “Essa comparação de preços e de momentos é muito importante. Sem contar com o fato de estar investindo num imóvel próprio, que nunca desvaloriza“, ressalta.
As recentes mudanças no cenário econômico brasileiro apontam para um futuro promissor no setor imobiliário. Seja pela expectativa de queda na taxa Selic ou pelas alterações no programa Minha Casa, Minha Vida, a possibilidade de realizar o sonho da casa própria torna-se cada vez mais tangível para muitos brasileiros.