Brasil domina comércio com China na América Latina
O mercado brasileiro diversifica produtos enviados à China com destaque para a soja, que representa 35% do total.
O comércio entre a China e os países latino-americanos atingiu um marco histórico em 2023, ultrapassando US$ 480 bilhões, conforme dados da Administração Aduaneira da República Popular da China (AGA). Este valor contrasta significativamente com os cerca de US$ 14 bilhões registrados em 2000, segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL). Em 2023, o Brasil se destacou como o principal parceiro comercial da China na América Latina.
No ano passado, o comércio bilateral entre Brasil e China totalizou US$ 181 bilhões, dos quais US$ 122 bilhões representaram as exportações brasileiras, resultando em um superávit de US$ 63 bilhões. A relação comercial entre os dois países está em constante ascensão, como indicam dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) referentes ao primeiro trimestre de 2024. Segundo as estatísticas, as importações brasileiras da China cresceram em média 12,7%, atingindo US$ 14 bilhões, enquanto as exportações para a China aumentaram para US$ 23 bilhões, representando um aumento médio de 9,8%. Esses números refletem um equilíbrio favorável para o Brasil, com um superávit de 5,5% em relação à China.
Rodrigo Giraldelli, CEO da China Gate, empresa especializada em consultoria e educação sobre importação da China, enfatiza o fortalecimento do comércio bilateral. “Estes resultados confirmam o Brasil como o país latino-americano que mais exporta para a China, mantendo um saldo positivo em sua balança comercial com o país asiático“, afirma Giraldelli.
A soja lidera as exportações brasileiras para a China, representando 35,4% do total. Outros produtos destacados são o minério de ferro (20,2%), carne bovina congelada (8,82%) e polpa de celulose (3,36%), segundo dados do Observatório de Complexidade Econômica (OEC). A relação comercial deve continuar a crescer, considerando os 15 acordos comerciais bilaterais avaliados em cerca de US$ 10 bilhões (R$ 51 bilhões) entre os dois países.
Giraldelli conclui: “Diante desse panorama, é evidente que as relações comerciais entre Brasil e China continuam a fortalecer-se, impulsionando o desenvolvimento econômico de ambos de forma sustentável e mutuamente benéfica. Com a perspectiva de crescimento contínuo, é fundamental que as empresas brasileiras aproveitem as oportunidades oferecidas pelo mercado chinês e busquem estratégias para expandir sua presença e competitividade neste cenário globalizado.”
Essas informações indicam um cenário de oportunidades e progresso mútuo, refletindo um aumento não apenas nas transações comerciais, mas também na competitividade do Brasil no mercado chinês.