Sem Prates, investidores se preparam para ‘avalanche’ na Petrobras
Magda Chambriard, ex-diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e figura conhecida do governo Dilma Rousseff, foi indicada para assumir o cargo.
A Petrobras tornou-se novamente o centro das atenções no mercado financeiro após a notícia de que Jean Paul Prates solicitou a antecipação do término de seu mandato como presidente da companhia. O anúncio foi feito através de um comunicado ao mercado na noite desta terça-feira (14), logo após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre da empresa.
Segundo o comunicado, Prates pediu que o Conselho de Administração da Petrobras se reunisse para discutir o término negociado de seu mandato. “Se e uma vez aprovado o encerramento indicado, ele pretende posteriormente apresentar sua renúncia ao cargo de membro do Conselho de Administração da Petrobras“, afirmou o comunicado.
A saída de Prates, que já enfrentava pressões internas por mais investimentos na estatal, é vista com preocupação pelo mercado. Magda Chambriard, ex-diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e figura conhecida do governo Dilma Rousseff, foi indicada para assumir o cargo.
Esta mudança gerou uma reação negativa imediata no mercado financeiro. O EWZ, índice de ETFs dolarizado da bolsa, já mostrava uma queda de 1,66% nesta manhã, enquanto os ADRs da Petrobras registravam uma significativa queda de mais de 8% antes da abertura do pregão.
Rafael Passos, da Ajax Investimentos, expressou preocupação com a transição. “Não tem como. Você volta a ter aquela discussão com direcionamento estratégico, de Capex (investimentos), de dividendos, alocação de capital. Todos aqueles ruídos que tivemos agora ficam atona. Você tem uma sinalização péssima do governo“, declarou ao Money Times.
A nomeação de Chambriard também não foi bem recebida pelo analista. Ele associou seu nome às controversas gestões anteriores do PT, marcadas por escândalos de corrupção e má gestão política de combustíveis. “Provavelmente veremos uma sequência bem fraca de Petrobras“, concluiu Passos, indicando um futuro incerto para a estatal com o novo comando.